Tomei a decisão de não aceitar mais desafios ou correntes, mas tenho alguns em atraso e este é um deles. A simpática de dentro da fora, a quem se juntou a querida Luísa, pediram-me que do livro que eu tivesse à mão, transcrevesse a 6º frase da página 161.
Sempre tive o hábito de ler vários ao mesmo tempo, sem que histórias e personagens se metessem na vida uns dos outros e entre esses estão sempre os livros que gosto de reler. E então foi num desses que peguei, já pela terceira vez na minha vida e que faz parte da minha lista top 10: O Retrato de Dorian Gray.
E diz assim a 6ª linha (e já agora a 7ª e a 8ª) da página exigida: "Mas que importava? Que tinha Dorian Gray a ver com a morte de Sibyl Vane? Não havia nada a temer. Dorian Gray não a tinha assassinado".
À boa maneira de Wilde (onde ele próprio também se inclui), dos melhores a retratar a vaidade, a futilidade, a hipocrisia e o culto da falsa aparência, que o Homem tanto pratica no dia a dia, este livro terá sempre a capacidade de resistir ao tempo.
Podia ter sido escrito hoje. Dorian Gray, será uma cópia de tantas pessoas que pensamos conhecer, mas que depois revelam ou deixam a descoberto os mais inusitados e até desagradáveis aspectos do seu interior, persistindo contudo em encapotá-los.
Este livro continua a ser extraordinário, porque a cada releitura de uma nova página, descubro sempre novas analogias, paralelos e imagens à vida e às pessoas de todos os dias.
Ainda bem que não sou nada de deslumbramentos ou de criar grandes expectativas salvo claro está, um bom prato de comida e os olhos dos animais.
Sempre tive o hábito de ler vários ao mesmo tempo, sem que histórias e personagens se metessem na vida uns dos outros e entre esses estão sempre os livros que gosto de reler. E então foi num desses que peguei, já pela terceira vez na minha vida e que faz parte da minha lista top 10: O Retrato de Dorian Gray.
E diz assim a 6ª linha (e já agora a 7ª e a 8ª) da página exigida: "Mas que importava? Que tinha Dorian Gray a ver com a morte de Sibyl Vane? Não havia nada a temer. Dorian Gray não a tinha assassinado".
À boa maneira de Wilde (onde ele próprio também se inclui), dos melhores a retratar a vaidade, a futilidade, a hipocrisia e o culto da falsa aparência, que o Homem tanto pratica no dia a dia, este livro terá sempre a capacidade de resistir ao tempo.
Podia ter sido escrito hoje. Dorian Gray, será uma cópia de tantas pessoas que pensamos conhecer, mas que depois revelam ou deixam a descoberto os mais inusitados e até desagradáveis aspectos do seu interior, persistindo contudo em encapotá-los.
Este livro continua a ser extraordinário, porque a cada releitura de uma nova página, descubro sempre novas analogias, paralelos e imagens à vida e às pessoas de todos os dias.
Ainda bem que não sou nada de deslumbramentos ou de criar grandes expectativas salvo claro está, um bom prato de comida e os olhos dos animais.
19 comentários:
Tenho notado que a escrita por estes Ares, está mais concisa, mas talvez mais objectiva. Sinal de maturidade ou falta de tempo? :)
Eu gosto assim...
E como dizia Oscar Wilde: "Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um expírito complexo."
Bruno:
Maturidade, acho que temos um bocadinho a mais todos os dias, feliz ou infelizmente.
Concisa e objectiva, sempre fui, aliás é um traço que me apontam com frequência. Penso que o tamanho dos posts nada tem a ver com isso.
De deslumbramentos também não sou, mas não nego que crio expectativas. Graças a Deus a maioria não é gorada.
.. quando o livro larga o autor e passa a ser propriedade do leitor como referia há tempos Patti não é? .. eis a prova que se consegue, e as segundas ou terceiras leituras têm sempre o condão de nos surpreender com algum detalhe que em primeiras deixámos passar.
Gosto muito deste que aborda.
E de tudo o que significa, como bem refere.
É um livro obrigatório. Concordo que é intemporal, embora só o tenha lido uma vez. Mas como tenho o vício de sublinhar os livros e fazer anotações, volta e meia volto lá.
Infelizmente sou de criar expectativas e já me tenho dado mal.
Até a comida às vezes engana.
Só os olhos dos animais são confiáveis.
Bjs
Também tenho vários desaafios em lista de espera e um deles é parecido com este. Tenciono começar a responder-lhes hoje, mas espero que não venham muitos mais...
Este livro é como já referi aqui uma vez, um dos meus livros, senão mesmo o livro que está à cabeça do meu top 10. Já o li 3 vezes também. De facto é verdade Patti...Sempre que o leio há algo novo a ser descoberto. E é engraçado notar, que ele se "encaixa" sempre em alturas e fases diferentes na minha vida. E não importa se mais maduros ou concisos...ele acompanha-nos. Ou nós acompanhamo-lo a ele?
Do Oscar Wilde gosto muito dos contos também, mas adorei ler o "De profundis". Toda aquele monólogo que ele estabelece, é simplesmente fantástico,e aí bem que Oscar Wilde se deixa desnudar por esse culto da falsa aparência...
Já me estendi aqui, eu que até me sinto sempre um pouco inibido em comentar neste espaço...Não sei bem porquê...
Lorenzo:
Também já li esses todos e outros mais e sinta-se em casa rapaz, comente com o tamanho que lhe apetecer.
Nâo me deslumbro com ninguém, mas continuo a acreditar nas pessoas, mesmo sabendo, instintivamente, que algumas delas me vão desiludir. É um dos meus maiores defeitos, pensar que há sempre a possibilidade de me ter enganado no que o aperto do estômago me avisou logo de início.
Apesar de tudo, não me arrependo de ser assim, nem tão pouco me esforço para mudar. Só muda mesmo é a atitude, que, a partir daí, passa pela total indiferença.
Certa vez entrei na Bertrand com o intuíto de comprar um livro para oferecer à leitora mais dedicada que conheço, a minha mãe. Não havia autor, nem tema, nem editora préviamente escolhido, portanto pedi conselhos à menina. Ela, encolhendo os ombros, sugeriu-me entre outros este livro, no entanto não me pareceu o tipo de leitura que pretendia oferecer.
Lendo blogues assim, percebo como são importantes.
Obrigada pela sua resposta, Patti. Gosto imenso do Oscar Wilde, que releio periodicamente e em que - tem toda a razão - descubro sempre novidades. Há dia, revia «The Importance Of Being Earnest», o filme e comentei - recordo-o a propósito do seu «post» anterior - que se fosse escritora, gostava de escrever como ele, com aquela suprema elegância e com aquele insuperável humor.
Luísa:
Também sou fã e o personagem Lord Henry deste livro é fenomenal.
O último livro dele "De Profundis" custou-me imenso a ler; mostra cruel e corajosamente a alma dele, o que a dor da prisão lhe fez.
Também não sou nada de correntes ou desafios na blogosfera,mas respeito quem entra na onda.
Deslumbro-me sempre…
Concordo contigo quanto aos olhos dos animais… dos meus gatos então nem se fala… porque eles falam… os olhos da minha Rita são os + expressivos…
Beijinhos das nuvens
Não sou de deslumbramentos, mas crio espectativas fantásticas! Mas não com pessoas e sim com momentos e lugares.
beijinhos Patti e já tens ingressos para o Apassionata???
É a segunda vez em muito pouco tempo que tu aqui falas deste livro que eu nunca li. Desta não passa, já está definitivamente, na lista. Acho que a minha mãe o tem.
As pessoas nunca são um tábua rasa. É isso que as torna interessantes.
Já li, mas não achei nada de extraordinário...
Beijos.
Felizmente que raras vezes me enganei em relação às pessoas: basta-me duas ou três observações do seu olhar ou da suas respostas para "sentir". E como sou por natureza ou 8 ou 80, fica logo resolvido:)Os olhos dos animais esses não conseguem mesmo enganar, mas quanto aos bons pratos...já cai como "mosca tonta dentro deles..."
Oscar Wilde...conhecemos né?!!!
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