sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

perguntas sem resposta [1]


Sem entrar em grandes fundamentalismos ou vegetarianismos, é medieval que em nome de uma tradição cultural, em pleno séc. XXI se sacrifiquem animais pelo simples desfrute de animadas multidões.

Esta bestialidade sobrevive porque enriquece os bolsos de muita gente que está por trás da tauromaquia.

As touradas revelam aquilo que há de mais primário, básico e pré-histórico na raça humana.

Com tantos animais na face da terra, porque razão foi o Homem o único escolhido para ser o racional?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

metamorfose

definitivamente, sou Inverno


mas há aqueles dias em que também queria ser Verão

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

"o que é que foi, ó cara de enjoadinha?"


Fomos lanchar todas, neste sítio, no sábado chuvoso que passou. As todas éramos seis, o que já chega e até sobra, para a tarde ser animada e para as mesas mais discretas, estarem com atenção às nossas conversas.
Uma das minhas amigas, diz qualquer coisa como, hoje quando fui à mercearia......" A cara, que a menina do casalinho a armar ao supé bem, que estava atrás de nós, fez! Quase que vomitou o scoone. À mercearia? Aquela disse, à mercearia?
Disse, sim senhora! Disse. E disse muito bem. Não me diga que a enjoadinha é das que vai uma vez por mês ao hipermercado da zona, com o enjoadinho à tiracolo, atafulhar o carrinho das compras até cair, com coisas que não precisa, perde uma tarde preciosa de sábado aos encontrões, na busca das promoções na secção imensa dos pensos higiénicos, faz figuras tristes a abanar-se com os folhetos que lhe enfiam na caixa do correio e depois trás para casa um talão do tamanho de um rolo de papel higiénico?
Há os que infelizmente, não têm outro opção, mas tu, oh enjoadinha, tens mesmo cara que esses momentos são o pico alto da tua vida, esses e os domingos cheios de sol, para lavares três máquinas de roupa, estenderes tudo e ainda ficares a engomar até às tantas, enquanto o enjoadinho vê os resumos da bola. Pois eu aqui no bairro adoro a minha mercearia.
Tratam-me pelo meu nome, ajudam-me com os sacos, escolhem-me as melhores laranjas para sumo, arranjam-me os legumes mais frescos, têm broa de milho da amarela, a minha preferida, e até me cortam o feijão verde, fininho, fininho, fininho, como só a minha mãe sabe cortar. Eu aqui no bairro, tenho um Sr. Francisco a quem basta fazer um telefonema, para dentro de trinta minutos eu ter prontas as mais tenras costeletas do lombo, a maior galinha do campo, os mais saborosos hambúrgueres mistos e as autênticas morcelas de Arganil. E ainda me leva tudo a casa se eu precisar. Eu aqui no bairro, quando vou comprar pão e se não tiver dinheiro trocado, pago depois. Eu aqui no bairro, vou ao mesmo cabeleireiro há mais de dez anos e ainda me dão uma apitadela para casa a dizer, pode vir. Eu aqui no bairro ainda digo, posso ficar a dever-lhe dez cêntimos?. O que é que foi, oh cara de enjoadinha, a olhares assim para a minha amiga?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

obstáculos


foto de luís m. leonardo

"Já sei que me vais matar, que não concordas nada comigo, mas vou-te dizer na mesma o que fiz noutro dia".
É isto o que eu espero, que as pessoas que gosto, me digam.

Não me identifico com relações cordatas, com améns e com receios de tomar partidos.

Gosto de desafios, provocações, ironias e picardias.

do que vai por aqui


Foi por acaso que comecei, mesmo muito por acaso. Já espreitava por aqui e ali, uns mais que outros e era até fã de dois ou três, mas pensar em iniciar um blog meu, a sério, ainda não, não era para mim. Criar um blog? Como, para quê, porquê, para quem?
Como criá-lo, é mesmo uma questão de breves minutos, mais rápido é impossível. As mariquices e a bagagem de cada blog dependem depois da paciência de cada um.
Agora, para quê, porquê e para quem?
Fácil.
Para mim.

E tive essa sensação logo nos primeiros posts. Não só nos textos que já escrevi ou nas imagens ou vídeos que já coloquei, mas naqueles que ainda vou escrever!
Estranho, não?
É claro que gosto do feed-back, que me leiam, que me comentem, que me visitem. Mas quando isso não acontece o gozo não se perde, não diminuí, não cai.
Por enquanto.
Porque quando escrevo estou a conversar comigo, com a minha cabeça, com o que se passa aqui dentro e que afinal não queria cá ficar.

Estou atenta, observo-me, ouço-me e respondo-me.
Leio-me e releio-me.
Falo sózinha.
E a última vez que fiz isso ainda brincava com bonecas, queria ser acrobata de circo quando crescesse e os meus sonhos eram como as cores dos caleidoscópios.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

se eu ganhasse o euromilhões . . .


não vivias na sargeta


não envelhecias na rua


e não olhavas assim para mim


Fotos de Bruno Espadana

Porque choro sempre com os teus olhos tristes.

Tão fixamente tristes!

Mas têm de ser assim tão tristes?

Como podem ser tão tristes?

Mesmo, mesmo tristes?

[3] pecados, são sete


"A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros."

sábado, 23 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

[2] bom fim de semana!



"Laurinda, uma estranha e inquietante mulher-a-dias, com um modo de pensar e estar muito seus, é o elo de ligação entre elementos aparentemente tão díspares como uma dona de casa, boa esposa e melhor mãe, péssima cozinheira e com tendência para sofrer de angústia e enfado; um jovem de ar apático que gosta de haxixe; um homossexual culto e com alguma veia poética à procura da relação perfeita; uma artesã suíça, expatriada e solitária; uma quarentona sensual e obcecada pelo medo de envelhecer.

Pelo meio muita superstição, espíritos e espiritismo, alguma bruxaria, um quadro de Courbet e reflexões sobre o mundo, Deus e o Diabo."


Hilariante, de ir às lágrimas!

morreu há 21 anos, andy warhol



o meu pivô é melhor que o teu [2]


E para que não haja dúvidas, já reencaminhei o post anterior para as três televisões, Sic, Rtp e Tvi.

Até estou curiosa pra ver o que me respondem.

Se é que me vão responder!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

o meu pivô é melhor que o teu [1]


Há coisas que me irritam profundamente nos telejornais!

E uma delas são os senhore(a)s jornalistas a tratar os mortos como "a mulher ainda não foi encontrada, depois de ter sido arrastada pelas águas", ou "os bombeiros continuam as buscas do corpo da mulher, que deixou quatro filhos" e ainda "a mulher tinha só trinta anos e ia no carro com outra mulher que era sua irmã". É óbvio que a vítima era mesmo uma mulher, não era um homem, um frigorífico, um cão ou um pedregulho!
Não gosto de ouvir! Fere-me os ouvidos! Mexe-me com os nervos!
Mas será que não ficava melhor, mais correcto, mais atencioso, mais humano, os senhore(a)s jornalistas, tratarem as vítimas femininas por senhora ou por jovem mãe? Custa muito? Será que já não basta a dor das famílias e ainda têm de ouvir notícias repetitivas sobre a mulher que perderam? Ou será que o jornalismo se tornou tão frio e impessoal que o objectivo de passar notícias sem demonstrar qualquer emoção, tornou-se ponto de honra? É algum concurso entre as televisões? Têm medo do quê? Que o colega do lado diga, olha o pieguinhas, comoveu-se com a notícia e 'tá para ali com palavrinhas meigas.

E agora notícia de última hora: A mulher atirou-se do 12º andar e ficou desfeita quando bateu nos estendais da roupa. Qual mulher? A mulher que era mãe do(a) pivô x ou y da SIC, da TVI ou da RTP Gostam senhore(a)s jornalistas?

E já agora para vossa informação a primeira criança a nascer em 2008, não pesava dois quilos e trezentas gramas. E sim, dois quilos e trezentos gramas!

É que são recorrentes calinadas deste tipo nas televisões nacionais!

despertares

Esta noite a vizinha de cima não parou de andar de um lado para o outro de saltos altos e eu moro no último andar.
Esta noite, caí de um precipício no Grand Canyon, chumbei no exame de condução, sem o examinador ao meu lado e voltei às aulas de francês do 9º ano, com aquela freira inglesa sinistra.
Esta noite o meu pai ficou doente, dezenas de insectos que se mexem muito rápido, invadiram-me os lençóis e a minha mãe obrigou-me a cantar no coro da igreja, na missa das 9 da manhã aos domingos.
Esta noite descobri que "o meu pé de laranja lima" nunca foi escrito, que a minha gata afinal está viva e juro que me entrou um ladrão em casa e eu nunca o consegui ver.
Esta noite os meus avós estiveram sentados na beira da minha cama a conversar comigo, o meu marido casou com a mulher do talho e não me convidou e a feira do livro era à borla.
Esta noite a personagem principal do meu livro de 753 páginas, contou-me o fim da história no 2º capítulo, adorei comer ao pequeno-almoço pézinhos de coentrada e mãos de vaca e voltei a morar no centro de Lisboa, mas num lar de idosos.
Esta noite a Beatriz não tinha só 12 anos mas sim 17 e foi estudar para Londres de repente, eu perdi o avião para Heathrow e não consegui chegar a tempo de lhe levar o biberão com o leite ainda quente, as fraldas, os Dodot's, o Maxilase, o dicionário da Penguin e a lista das melhores lojas da King's Road.
Esta noite dormi ao contrário, ou melhor, tive insónias.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

amigas, as minhas


Era-me complicado viver o dia a dia com normalidade sem as minhas amigas.
O que a amizade feminina (falo da verdadeira amizade feminina) tem de diferente é que vai muito mais além no sentimento e demonstra-o. E isso faz muita diferença! Não nos coibimos de dar um abraço apertado, uma festa, um beijo só porque nos deu vontade.
Os jantares de mulheres, são das coisas mais divertidas, anárquicas e inesperadas que conheço. Saio sempre de lá com a emoção no auge e com as baterias carregadas. P'ra quem não sabe, não lhe deve passar pela cabeça que os nossos encontros não são só para "cuscar".
Completamente iludidos!
Aquelas duas a três horinhas de conversa chegam p'ra isso e muito mais. Os temas vão do cabelo até às unhas e ao novo verniz, das notas dos filhos ao abandono escolar, da carreira ao futuro profissional, do aumento dos preços ao desemprego, das eleições americanas ao "socratear" do nosso 1º, de Darfur aos sem-abrigo de Lisboa, dos casamentos aos divórcios, do último filme do Jude Law ao novo namorado da vizinha e também da nossa vida sentimental, incluindo sexo, claro!
Somos todas muito diferentes e defendemos aquilo em que acreditamos, umas mais alto que as outras, (ainda não percebi porque elevamos a voz) e no final acabamos todas a rir.
Elas nunca são esquecidas, nestes dias passados a correr entre o trabalho e a vida familiar. Há sempre um tempinho para um telefonema, um teclar no MSN ou um SMS. É que temos de ter a conversa em dia, não é?
As minhas amigas verdadeiras, estão no mesmo patamar que a minha família, aliás são parte dela.
Nasceram novos vínculos entre as mulheres, que não existiam no tempo das nossas mães e avós (no tempo do "zangam-se as comadres, sabem-se as verdades"), que surgiram com a incorporação no mundo profissional, no trabalhar fora de casa no mundo político, científico, económico e artístico. Tudo isto veio tornar as relações femininas ainda mais competitivas que antes, mas, essencialmente mais enriquecedoras, positivas e consistentes.
E com tanta mudança, uma nova verdade veio ao de cima: o mito da coscuvilhice não é apanágio das mulheres!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

durante a noite "nasceu-me" outro blog


optimismo

Está um lindo dia de Inverno!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

sábado, 16 de fevereiro de 2008

[1] bom fim de semana!


"Num mundo impedioso, onde não há mais lugar para os feios, os tristes, os gordos, os velhos, ela é uma mulher feia sem história nem histórias, marcada por uma educação severa imposta por um avô conservador e austero, espreitando timidamente à porta da vida sem coragem para a transpor.
Até ao dia em que encontra casualmente, numa estação do metropolitano, a fotografia de um desconhecido que alguém deixou cair."

Vemo-nos ao espelho, em certas passagens.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

tesouros


Ainda me lembro do tempo, em que sentada naquela cama enorme, os meus pés não chegavam ao chão. Acordava-se ao som do galo ou ao cheiro forte do café, que se espalhava pela casa.
O pequeno-almoço era tomado na cozinha e a mesa estava cheia de vários tipos de pão e sempre broa de milho. Bebia-se o leite em copos altos de vidro muito grosso. O açúcar era sempre, sempre amarelo escuro.
Depois, depois era a brincadeira por aqueles campos afora. Gritava pelos amigos e íamos subir às figueiras, apanhar os ouriços caídos dos castanheiros, "roubar" uvas à vinha que ficava mesmo atrás do moinho do moleiro, lá bem no alto do monte, saltar muros, colher amoras pretas, enormes e doces, apanhar papoilas e malmequeres brancos e secar as pétalas dentro dos livros, livrarmo-nos dos picos das silvas para conseguirmos chegar aos caracóis, chupar azedas, fazer pontaria às garrafas de vidro com as pedras do caminho, rebolar nos montes...
Depois os almoços. Ai aqueles almoços! Canja da galinha gorda, tirada à vida logo pela manhã, arroz de coelho soltinho, pataniscas de bacalhau, peixinhos da horta (que saudades dos peixinhos da horta!), costeletas de porco salteadas em banha com batatas fritas às rodelas.
Havia quase sempre uma prima, uma sobrinha, uma tia, um parente qualquer naquela mesa do almoço. Comia-se na sala e tínhamos todos lugares marcados. Eu ficava sempre ao lado do avô que costumava dizer enquanto enrolava em bolinhas o miolo do pão, o avô nunca vai morrer, porque Nosso Senhor sabe que ainda cá faço muita falta. E eu acreditava, com um sorriso, naquelas frases sábias. De outras vezes dizia, ouve o que te digo, temos de ter muita cabecinha, porque o dia de amanhã ninguém o viu, nunca mais me esqueci e foi sempre a minha frase de eleição.
Na hora da sesta ouvia-se o romance do Tide. Eu também, que apesar de não perceber patavina daquilo, (só anos mais tarde é que me explicaram o que era o romance do Tide) ouvia tudinho até ao final, que deixava todos no maior suspense para o episódio do outro dia. Desligava-se a telefonia e ia tudo descansar. E que descansos aqueles em que a avó falava do passado de quando trabalhava na casa do Dr. Vilela a tomar conta dos meninos, ela e mais duas irmãs, a Carola e a Kitas, e conheceu o avô que se metia com ela na rua e dizia, que raio comerá esta rapariga para ser tão magra? O que ela lhe respondia eu não vou dizer aqui.

Contava histórias da infância, eram ao todo 6 ou 7 filhos da bisavó Joana, "ebrincavam muito uns com os outros, 'vó? Oh filha, naquela altura não se brincava nem havia brinquedos, ajudava-se a mãe em casa e os rapazes iam pró campo com o pai. Coitadinha da avó! Dizia-me sempre que lá ia nas férias, já sabes que está ali na gaveta de cima, a caixa com a roupa que eu quero levar quando morrer.
Dizia-me aquilo a mim, uma miúda pequena, porque falar da vida e da morte era coisa natural. Nunca te esqueças, está ali.
E infelizmente não me esqueci.
A seguir à sesta, outra vez mais brincadeira, mas mais perto da casa.
Andávamos de bicicleta, de triciclo com atrelado, fazíamos corridas de caracoletas, jogávamos ao berlinde com os bichinhos de conta, saltávamos à corda, jogávamos à malha, à macaca, à cabra cega, às cinco pedrinhas, à mensagem, à mamã dá licença, às estátuas, aos festivais da canção, jogávamos ao loto com feijão frade, à bisca e ao burro em pé. Adorava ajudar"o avô antes do jantar, a limpar as capoeiras, tirando a palha suja e pondo nova, a colher os ovos das galinhas e dos pombos, a cortar erva p'rós coelhos com as navalhas próprias que ele afiava numa lixa, a separar os pintos mais pequenos dos que já eram frangos, a dar de comer ao Dog e as pescadinhas aos gatos e à mais importante deles, a Lita, a apanhar a roupa cheirosa de Clarim, estendida no varal de arame que a Nia tinha lavado no tanque cinzento.

E ele contava histórias de outros tempos, de rapaz novo, como quando era sapateiro, mas aquilo não era sustento p'ra ninguém filha, e então comecei no negócio do azeite.
Contava, como daquela vez que encontrou uma grande cobra pelo caminho e a corajosa Soraia a matou, de como os gatos já sabiam que ele vinha a subir a ladeira e estavam sempre à espera dele, todos os dias aquela hora certa, dos pardais caídos dos ninhos que ele encontrava pelo caminho e que voltava a devolvê-los à mãe, de quando o meu pai era pequeno e das brincadeiras dele com o meu tio, de quando ele lançava foguetes lá do alto do castelo, sempre que o meu pai era campeão nacional, de 100m, pelo seu Benfica. E fui lá sete vezes.

Noutro dia ouvi uma frase que não se encaixa em mim, "nós não somos o nosso passado". Talvez sirva para aqueles que passaram por muito sofrimento, por carências, por abusos e que têm de tentar ultrapassar, de esquecer, de começar de novo e deixar o passado para trás, escondido, enterrado, morto.
Para mim não serve.
Quase todos os dias me lembro deles, foram momentos inesquecíveis passados com pessoas iluminadas.

É no futuro que vou passar o resto dos meus dias, mas é o passado que vou levar comigo.

E hoje não sei porquê, acordei assim.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

contra



[3] vidas imaginárias...

Cá por casa temos todos escapado dessa gripe que paira por aí. Mas acho que a vida do D. lá na Sãozita não correu muito bem.

Ai mãe, 'tou tão enjoada, dói-me a cabeça, as costas, eu não quero.

Oh filha, tens de ter paciência (ODEIO, esta frase. Mas porque é que temos de ter sempre paciência?), se a tua avó já tivesse voltado lá dos states.

A culpa é tua mãe, que me obrigás-te a ir mascarada de princesa do bairro à festa da Junta de Freguesia, vestida com a colcha de cetim, toda vomitada!-disse a desgraçada num pranto.

A colcha de cetim brilhante? Ela fez um fato à miúda com a aquela colcha? Mas 'ca 'ganda nojo!

Elisete, filha! Tu não sejas ingrata. 'Atão o teu fato não ficou tão lindo, filha? O trabalhão 'caquilo me deu. A tua avó lavou a colcha todinha com lixívia pura (Será que esta miúda é a única normal naquela casa? Nem sei o que é pior se o cheiro à lixívia pura, se ao vomitado,) e o cheiro do 'fomitado do Ígor saiu filha.

Tu não me fales mais do vomitado, olha que fico enjoada. Oh mãe. cála-te com isso. dizia a coitada a toda a hora, mas a Sãozita estava indignada e continuava.

Ias tão linda, filha! Só o brilho que saia do teu fato... o teu pai até chorou ao ver-te ganhar o prémio da Junta. (O D. chorou? Hahah, não acredito. Ele já nem chora com o Sporting)!

Eu odeio brilhos, mãe! E aquilo cheirava mal. Eu queria era ir mascarada de Tokyo Hotel! (Livra, família mais saloia).

Olha, toma lá "masé" o xarope, para ficares melhor que eu antes de ir p'rá Polux ainda tenho de ir fazer o peixe frito. (E o arrozinho de tomate, não te esqueças.)


Peixe frito? Ai mãe não digas mais nada que 'tou tão enjoada!


Rock in Rio, eu vou........


ouvir este, mas já



ouvi este (Alvalade, 1995)



e este (Dramático de Cascais, 1989), também!


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

big brother

Domain Name
(Unknown)
IP Address
64.41.145.# (Exodus IDC - SV/SC4)
ISP
Exodus IDC - SV/SC4
Location
Continent : North America
Country : United States (Facts)
State : California
City : Redwood City
Lat/Long : 37.4742, -122.2494 (Map)

ime of Visit
Feb 13 2008 1:09:34 am

Será que foi o Obama, que andou aqui na cusquice?
Claro que sim, então os famosos não vivem todos na Califórnia?
Aviso-te já filho, que tenho preconceitos com as celebritices repentinas.
E só mais uma coisinha, o meu voto é para a Hillary.
Yes, she can!

verbo esplanar

Com estes óptimos dias de sol, tenho ficado com muita vontade da Primavera.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

prazeres


foto coco loco

Anda por aí uma corrente entre os blogs vizinhos, para escolhermos as nossas palavras preferidas.

Ainda aqui não chegou essa corrente, nem deve chegar, porque sou um blog novo e desconhecido. Mas se chegasse, uma das minhas palavras seria de certeza, livros.

Não livro. Mas, livros. Muitos livros.


De todos os formatos, de todas as cores, de todas as texturas, novos, velhos, com muitas folhas, com poucas folhas, grandes calhamaços, pequenos livros de duas folhas só, cheios de personagens, sem personagens nenhuns, de histórias antigas, de histórias modernas, bibliografias, históricos, de ficção, de autores portugueses de autores estrangeiros, enfim, mesmo todos os livros.

Sou das que observo os outros numa livraria, perdidos, sem saber o que comprar ou oferecer. Apetece-me mesmo meter conversa e ajudá-los na escolha.

E faz-me muita confusão, principalmente, nas grandes lojas de livros, não haver ninguém que ande ali com esse propósito.
Se na boutique dizem , posso ajudar, porque é que nas livrarias isso não acontece?

Se tenho certezas na minha vida, é de que os livros tornam os meus dias muito mais preenchidos, mais felizes, mais sonhadores.
Lembro-me das histórias de quase todos os livros da minha infância e da minha adolescência.

Sempre falei deles à minha filha (já lê imenso, felizmente), que me escuta com os olhos abertos de curiosidade a pensar, este livro deve ser mesmo giro, olha só para a cara dela.

Faço amizade para toda a vida com alguns personagens.

Só tenho pena de saber, que há tantos livros que eu nunca vou conseguir ler.

E um dia li esta verdade de alguém, não sei quando, nem onde, 'este livro salvou-me a vida', sorri e pensei imediatamente, também já conheci livros assim.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

[2] pecados, são sete


Os bens materiais definem hoje a identidade do homem?


Ou sempre definiram?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

[3] há coisas fantásticas, não há?




Foi pena o Letterman não a ter entrevistado, preferiu antes fazer graçinhas com o sotaque português e enfiar o nariz no decote da Anne Heche.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

presente de aniversário

Para fazê-lo feliz, onde compro eu um objecto destes?



Mas sem colunas, por favor!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

[1] mais uma manhã como as outras (?)

De manhã, quando tenho de levar a filha à escola, há mais não sei quantos pais que fazem o mesmo.
Eu que vou nas calmas, porque trabalho em casa e tenho tempo para tudo, gosto de observá-los.
Há os ensonados, os apressados, os faladores, os irritados, os stressados, os simpáticos, os protectores, os silenciosos, os que digo bom dia e os que eu nunca vi.
Há pais logo de manhãzinha muito bem vestidos, mães maquilhadas, bem arranjadas e penteadas e pais engravatados, porque vão directamente para o emprego, outros fazem o género mais descontraído, há os que levam guarda-chuva, mesmo que esteja sol, os que levam sandálias quando chove, os que levam sempre o mesmo casaco, os que nunca repetem uma roupa e mães, como eu, que vestem a primeira coisa que têm à mão, porque ainda voltam a casa p'ra fazer tudo com calma.

Tudo isto é normal e deve repetir-se em todas as escolas do pais.
O que não é usual foi o que eu ontem vi: uma mãe ir levar o filho à escola cheiiiiinha de rolos na cabeça!

Lembrei-me logo da D. Fernanda da minha infância que ia logo pela manhã à padaria do lado com o seu traje habitual: rolos no cabelo, roupão e pantufas.

E naquele tempo eu não estranhava.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

[1] pecados, são sete

Se há coisa que eu tento, é não me deixar tentar pelas tentações.


Mas às vezes prefiro seguir o Oscar Wilde -"Posso resistir a tudo, menos à tentação".