Quem ainda não pensou no assunto? Se eu não fosse assim, seria como? As hipóteses são aos milhões. Somos aquilo que temos de ser, aquilo que conseguimos e lutámos por ser e aquilo que a vida nos permitiu ser. Não acredito no destino, não creio naquela história de que tudo já está traçado e definido. Nada!
Tenho por base que combinando as partes, fazemos nós, o nosso destino. Mas quanto a sortes e sinas, fico-me por aqui. Estou de acordo com a máxima, de que colhemos, quase sempre, aquilo que plantamos. Fio-me nas coincidências, no inesperado, no acidental, na surpresa.
E voltando ao início, eu gostava de ser como?
De ser capaz de adivinhar o pensamento das estrelas-do-mar e dos cães abandonados, cheirar a amores-perfeitos e ter o dom da imortalidade.
Gostava de bater as asas como os beija-flor, sonhar sem ter pesadelos e passear por caminhos invisíveis nos oceanos.
Ser cantora cheia de “tournées”, descer sem dúvidas e mistérios, os degraus para visitar o passado e plantar ciprestes com o pensamento.
Reproduzir imagens de alegria só com o olhar, tornar-me sócia honorária do pecado da gula e tomar duches frescos de chá de Ceilão.
Mas a filha só poderia ter a que tenho: um trevo de quatro folhas.
6 comentários:
Olá, vim retribuir a visita e deparo-me logo com esta beleza de texto!
PS - Colégio de freiras? Não foi no de Sintra, não?...
Somos o que somos,...o importante é sermos verdadeiros...
o que desejamos ser...bom ,não somos nós que traçamos os nossos caminhos? ou pelo menos ajudamos a traçar?...
quanto aos filhos ..estou de acordo(só podia)..tenho dois...não queria que fossem outros,só mesmo ELES..
Mad: Obrigada pela "beleza de texto".
Pedrouços, Belém
Um bj para o trevo "mai" lindo desses ares...
nós somos o que plantamos,é verdade...um blog?? UMA HORA na radio?? não foi acidentado,foi..acreditar...
Confesso que só tomei conhecimento do blog através da Rádio Comercial... e diga-se, excelente blog. E porquê este texto para comentar aqui pela primeira vez(?)! Porque adorei o texto, e tal como escreve também eu acredito que somos aquilo que nos deixam ser, aquilo pelo qual lutamos. Não há destinos pré-feitos, nada está definido... assim como um blog. Ele será o que a ele "confidenciar". A partir daí será ele próprio, ganhará vida própria, sempre pela mão protectora, ou não, neste caso, da sua autora. Parabéns. Como diz o puto da vila onde se faziam as melhores sopas - "Eu gosto!"
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