Na disciplina de História, aprendíamos as características das várias classes sociais: povo, burguesia, clero e nobreza. Hoje em dia muitas mais existem; a classe dos condutores, dos políticos, dos fãs de hipermercados, das toupeiras dos centros comerciais, dos consumidores de junk food, dos pais demissionários, a malta do futebol e venha o Diabo e escolha.
Poucas coisas me repugnam mais em Portugal, do que o mundo do futebol. Não há quase nada, ou quase ninguém que escape.
Para já é um 'desporto' para maricas, pieguinhas e meninos da mamã mimados e malcriados. Fiteiros de primeira, passam a vida no chão aos gritos, agarrados ao tornozelo, a escarrar para o ar, a berrar palavrões, a pregar rasteiras ao adversário e a crescer para cima do árbitro.
Dão socos nos árbitros nos mundiais, cospem na cara do adversários em frente às câmaras, insultam os adeptos com as mãos, atiram medalhas e taças para o chão, racham cabeças, provocam lesões graves intencionalmente, espetam murros aos seleccionadores se não os convocam e depois como castigo, ficam sem jogar dois ou três joguinhos, vão para a comunicação social mandar bocas e são os heróis dos seus adeptos mentecaptos.
Têm um óbvio problema com disciplina, formação básica e profissionalismo. São o exemplo perfeito para mostrarmos aos nossos filhos e daí eu ser apologista o mais possível, de que se leve cada vez mais as criancinhas ao futebol. Não existe ecossistema melhor, para a formação do Homem.
Burgessos ao mais alto nível, não há como eles para saber como misturar em harmonia a enorme fivela do cinto Dolce e Gabbana, com um cap Gucci, uns jeans Armani e um polo Ralph Lauren.
Os treinadores idem. Na maioria são uns incompetentes com o rei na barriga, incitadores a desavenças, antipáticos, com um nível de formação no mesmo patamar dos seus pupilos, quase nenhum tem um penteado que se aproveite e falam um dialecto estranho, quase incompreensível.
São sempre os primeiros a falar do árbitro, mesmo que o jogo ainda não tenha sido realizado.
Depois a subclasse de presidentes de clubes, dirigentes de federações, de ligas e ligas e ligas e mais ligas.
Cambada de corruptos, mentirosos e impostores, novos ricos, histéricos, palhaços de passado suspeito, com pretensões campónias de governarem uma mini-nação, só porque na escola básica nunca foram escolhidos para delegados de turma e não faziam parte da equipa de futebol, lá do campo de terra.
Passam a vida a ser investigados pela judiciária, fogem do país porque têm informadores no local e na hora certa, passeiam no estrangeiro à vontade, confiscam-lhes bens, vão a tribunal e escapam sempre, mais uma vez ganhando o papel de heróis exemplares perante a obcecada tropa de adeptos.
Os árbitros têm um ar de infelizes que até metem dó. Têm medo dos jogadores, medo dos treinadores, medo dos jantares pagos com os dirigentes dos clubes, ou com os seus mandantes, medo de apitar, medo dos cartões, medo de pisar a relva, medo das 'luvas', medo dos outros árbitros, medo dos adeptos, medo de voltar aos balneários, medo de ir para casa, medo de atenderem o telemóvel, medo de receberem uma sms. Medo, muito medo.
E os jornalistas que entrevistam os jogadores logo a seguir ao jogo? E o comportamento primata dos adeptos, quando após um jogo vêem uma câmara de televisão ou alguém de microfone em riste? E a violência das claques, digna de qualquer guerra de ódio mortal e cego? E os seus cânticos, de fazer inveja ao PNR? E as gordas dos jornais desportivos? E as mortes nos estádios? E quando o início de um telejornal nacional, é uma vulgar notícia sobre futebol?
E finalmente, a creme de la creme: os comentadores desportivos. Mas haverá programa mais desprezível, abjecto, qual varinas na praça, do que aqueles que falam horas a fim, sobre os jogos de futebol?
E gritam, e insultam-se, e zangam-se a sério, e vêem imagens que mais ninguém vê, e sonham, e deliram, e acreditam no que estão a vociferar e são pagos! E são ouvidos! E têm audiências!
E usam gravatas da cor do seu clube! Meus Deus, gravatas da cor do clube!
Oh eruditos colóquios de taberna, nas tardes de domingo, voltem que estão perdoados.
Poucas coisas me repugnam mais em Portugal, do que o mundo do futebol. Não há quase nada, ou quase ninguém que escape.
Para já é um 'desporto' para maricas, pieguinhas e meninos da mamã mimados e malcriados. Fiteiros de primeira, passam a vida no chão aos gritos, agarrados ao tornozelo, a escarrar para o ar, a berrar palavrões, a pregar rasteiras ao adversário e a crescer para cima do árbitro.
Dão socos nos árbitros nos mundiais, cospem na cara do adversários em frente às câmaras, insultam os adeptos com as mãos, atiram medalhas e taças para o chão, racham cabeças, provocam lesões graves intencionalmente, espetam murros aos seleccionadores se não os convocam e depois como castigo, ficam sem jogar dois ou três joguinhos, vão para a comunicação social mandar bocas e são os heróis dos seus adeptos mentecaptos.
Têm um óbvio problema com disciplina, formação básica e profissionalismo. São o exemplo perfeito para mostrarmos aos nossos filhos e daí eu ser apologista o mais possível, de que se leve cada vez mais as criancinhas ao futebol. Não existe ecossistema melhor, para a formação do Homem.
Burgessos ao mais alto nível, não há como eles para saber como misturar em harmonia a enorme fivela do cinto Dolce e Gabbana, com um cap Gucci, uns jeans Armani e um polo Ralph Lauren.
Os treinadores idem. Na maioria são uns incompetentes com o rei na barriga, incitadores a desavenças, antipáticos, com um nível de formação no mesmo patamar dos seus pupilos, quase nenhum tem um penteado que se aproveite e falam um dialecto estranho, quase incompreensível.
São sempre os primeiros a falar do árbitro, mesmo que o jogo ainda não tenha sido realizado.
Depois a subclasse de presidentes de clubes, dirigentes de federações, de ligas e ligas e ligas e mais ligas.
Cambada de corruptos, mentirosos e impostores, novos ricos, histéricos, palhaços de passado suspeito, com pretensões campónias de governarem uma mini-nação, só porque na escola básica nunca foram escolhidos para delegados de turma e não faziam parte da equipa de futebol, lá do campo de terra.
Passam a vida a ser investigados pela judiciária, fogem do país porque têm informadores no local e na hora certa, passeiam no estrangeiro à vontade, confiscam-lhes bens, vão a tribunal e escapam sempre, mais uma vez ganhando o papel de heróis exemplares perante a obcecada tropa de adeptos.
Os árbitros têm um ar de infelizes que até metem dó. Têm medo dos jogadores, medo dos treinadores, medo dos jantares pagos com os dirigentes dos clubes, ou com os seus mandantes, medo de apitar, medo dos cartões, medo de pisar a relva, medo das 'luvas', medo dos outros árbitros, medo dos adeptos, medo de voltar aos balneários, medo de ir para casa, medo de atenderem o telemóvel, medo de receberem uma sms. Medo, muito medo.
E os jornalistas que entrevistam os jogadores logo a seguir ao jogo? E o comportamento primata dos adeptos, quando após um jogo vêem uma câmara de televisão ou alguém de microfone em riste? E a violência das claques, digna de qualquer guerra de ódio mortal e cego? E os seus cânticos, de fazer inveja ao PNR? E as gordas dos jornais desportivos? E as mortes nos estádios? E quando o início de um telejornal nacional, é uma vulgar notícia sobre futebol?
E finalmente, a creme de la creme: os comentadores desportivos. Mas haverá programa mais desprezível, abjecto, qual varinas na praça, do que aqueles que falam horas a fim, sobre os jogos de futebol?
E gritam, e insultam-se, e zangam-se a sério, e vêem imagens que mais ninguém vê, e sonham, e deliram, e acreditam no que estão a vociferar e são pagos! E são ouvidos! E têm audiências!
E usam gravatas da cor do seu clube! Meus Deus, gravatas da cor do clube!
Oh eruditos colóquios de taberna, nas tardes de domingo, voltem que estão perdoados.
34 comentários:
Só faltou falar dos milhões que esta malta angaria, numa 'profissão de desgaste rápido'. Tal e qual a que mineiros, só para dar um exemplo, ganha, em várias vidas de inferno...
Si:
Penso que não faltou, o dinheiro está implícito em todo o post, se não fosse pelo dinheiro isto não existia, pelo menos com estas proporções nojentas.
Patti! Meu Deus .. será possível que eu tenha encontrado alguém que pensa tal e qual eu neste "campo" e não seja, por isso, em praça pública cruxificada?
Obrigada, obrigada, obrigada .. *
;)
(Si, oportuno o seu comentário.)
Once:
Venha de lá a cruz, o monte do Calvário, os pregos e os ladrões, um de cada lado, a ver se eu tenho medo.
:)
A minha poesia
É um jardim de luz
Em cada roseira sem espinhos
Há uma rosa para colher
Sem fazer sangue
Para acalmar a tua raiva, Patti, vai colher uma rosa ao meu Jardim de Amizade.
Uma semana amena!
É claro que está implícito, mas o meu comentário foi no sentido específico de comparar os salários absurdos que os jogadores de futebol ganham, por se intitularem detentores de uma profissão de desgaste rápido, com outras profissões que, de facto, ao fim de poucos anos, arruinam a saúde de alguém que não tem visibilidade nenhuma, corre riscos de vida todos os dias e a maior parte das vezes, nem direito tem a uma reforma digna....
Si:
Eu entendi e concordo em absoluto, mas a minha intenção neste meu post vai noutro sentido.
Acho que devíamos tomar um café! Eh, eh, brincadeira.
não há dúvida, está tudo dito. Ainda ontem estive (mais uma vez) a explicar aos meus filhos porque é que detesto o futebol e é por tudo isto exactamente. É que não faltou nada!
Olá!
Concordo inteiramente :=)
Eu não sou apreciadora de futebol e nada percebo....mas há coisas que até os mais distraídos se apercebem.
Beijocas
Boa semana
Eu confesso que até gosto de futebol mas tens razão em tudo aquilo que dizes, é pior do que a mafia...
Jokas
Deve ser por isso que nenhum clube tem um emblema de um porco, de um feio ou de um mau ... viam-se ao espelho e isso era grave!
Ah, ah, ah
Os ares por aqui continuam do melhor.
E até a música vai a par. Embora tenha que confessar que gosto da música e ela faz-me recordar um verão maluco em que até parecia que gosto de futebol.
No que escreveste está dito tudo o que penso do dito e de tudo o que o rodeia.
E a propósito das gravatas, menina, no outro dia quase me saltaram o olhos. Nem queria acreditar. Um desses iluminados que passam horas na televisão a discutir coisas que só eles viram e só eles sabem, tinha a dita gravata e um colete igual!!!!
Nem queria acreditar. Mas vi.
Não te esqueceste de nada, desde as escarradelas, à mistura das peças de roupa todas de griffe. Parecem montras ambulantes.
Só te esqueceste de uma coisinha, aliás de su menos importância: os brilhantes!
Os brilhantes, menina Patti: nas orelhas, nos relógios, nos anéis, e nos dedos das garinas que se deitam com eles.
Mais um prego fantástico na "engrenagem". Quantos mais irão ainda ser precisos para que ela pare?
Oh Patti tens de perdoar mas hoje nem li o post todo.... tudo o que li basta... detesto futebol...
são os "profissionais" da pateguice... e os + bem pagos... para fazer só asneiras...
mas gostos não se discutem.... e a bola é redonda embora nem sempre pareça...
Beijinhos
estou contigo: feios, porcos e maus...
sim que voltem os colóquis de taberna, em qualquer altura...
Ena, tanto fel depois do Quique ganhar uma tacinha!
Este post fez-me recordar Galileu " E no entanto ( o futebol) move-se".E move montanhas, é causa de guerras entre povos, põe multidões histéricas, obriga os políticos a prestar-lhe vassalagem e Tutti quanti.
Estou de acordo com quase tudo o que escreve, mas goso de futebol, apesar de a maioria dos protagonistas me irritar..
E as mãe, dos jogadores, árbitros, etc e tal que não têm a culpa de nada e são duramente, insultadas, injuriadas, até danificadas moralmente!
Tudo tem limites! (Ou deveria ter!)
Patti,
Gosto de futebol. Gostava de ir a estádios e torcer alegremente.
O futebolque gosto é o futebol arte. Acho que o $ fala mais alto e acabou por sujar o esporte.
Hoje me assusta a violência no futebol , as guerras das torcidas.
Ontem tivemos um jogo 5 cartões vermelhos...Imagina isso não é futebol!!!
Tinha uma amiga que não se cansava de dizer que estava casada com um intelectual, que o marido não ia ao futebol e lia o Jornal de Letras...
Fomos roubados sim senhore!!!
Enfim!
Uma desolação...
Abraço
Isto dá para rir e chorar.
A parde do riso são mesmo os programas de comentários após um jogo. É "coisa d'homem" estarem ali a discutir exaustivamente uma coisa que já passou e não tem volta. E mais, brigam como meninos na escola, xingam-se e depois vão todos comer um "bacalhau com todos" no restaurante da moda.
Pra chorar são os salários a meu ver "imorais" que se pagam a esses meninos de topete cheio de gel, cordões de ouro e carros com motor de avião.
Na semana que passou Ronaldo, depois de um "Inverno" fez um gol e a midia andava atrás dele a endeuzá-lo e a fazer pergunats idiotas que só um repórter de esporte sabe fazer.
Mas olhem: não é para fazer gols que o Ronaldo é pago e bem? Não é esse o trabalho dele? Se numa empresa o "homem dos computadores" deixa que dê pane nas máquinas e não está nem aí, o que acontece? Rua! Mas se ele trabalha direito ninguém fica lá aplaudir do lado, não é?
O gajo só tem que fazer gols!!!
ESSE É O TRABALHO DELE, CARAGO!
beijos Patti e bom dia!
Já a leio há algum tempo e com enorme prazer.
Mas hoje... bem hoje, nao posso estar mais de acordo consigo.
Um xi coração.
Santas verdades, todinhas, aqui escarrapachadas para toda a gente ler. Estou a beijocar o monitor, são dois post's totalmente do meu agrado, este e o anterior!
Patti, estou plenamente de acordo. É um mundo em que os papéis poderiam ser interessantes – houvesse desporto e «fair-play» - mas os actores são demasiado medíocres e adulteram tudo. Uma palavra apenas para realçar, neste quadro de tragédia, o apontamento de excelente comédia que é ouvir um ou outro comentador profissional (não me refiro aos «paineleiros», geralmente demasiado espontâneos), cuja especialização e requinte de linguagem na análise «científica» dos golos, dos passes e dos acontecimentos de cada jogo já mereciam um capítulo próprio nas nossas gramáticas. ;-D
detesto futebol e tudo o que se relaciona com ele. mas a bola é o jornal que mais vende, quer queiramos quer não
Sempre há um ou outro que se escapa, mas a maioria é mesmo como descreves! O que é certo é que mesmo em momentos de " crise " os estádios estao a abarrotar!e de certeza que todo aquele que contribui a um joguinho tb os critica. Eu pessoalmente, gosto de futebol!!!...
Confesso que gosto muito de futebol, de ir ao estádio e de apoiar o meu clube e também a minha selecção! Isto que se passou na Final da Taça da Liga é vergonhoso! Se fosse com o meu Clube ficava "doente".
:) Beijinho
Concordo em pleno e gostava de acrescentar que esses "coqueluches" lá porque têm a inteligência nos pés ganham incomparavel mais que um médico que salva vidas, um cientista que descobre algo importante para a humanidade, etc, etc,.
Lembro-me de uma frase do Mia Couto
"um mundo cheio de dores verdadeiras, pára perante a dor falsa de um futebolista".
o D., para nossa (dos pais) desgraça desde o europeu começou a gostar de futebol. agora sabe os resultados, quer ver alguns jogos e todas essas gaitas típicas dos 9 anos e não só...ontem, pela 1ª vez, a escola dele foi visitar outra e fizeram um campeonato entre 4 escolas. eles perderam. ao chegar a casa era só: pois eles já deveriam saber que havia campeonato desde o início do ano e nós só soubemos há 2 semanas, e têm um campo de futebol e nós so o pátio normal e além disso só jogamos 2 vezes por semana e o árbitro.... Alto e para o baile disse o pai! Detesto essas conversa de futebol onde nunca se assume que se jogou pior e tudo e todos os outros é que foram os responsáveis pela derrota!
Ai como eu fiquei orgulhosa do maridão! é tão verdade, mas o puto é argumentativo, cansativo e outros «ivos» mais e tentou ainda que tinham sido roubados num golo...acontece... mas que desilusão de pais é esta situação para nós : (
Maria:
Olá, muito bem-vinda ao Ares e deixe-se ficar por aqui, tenho o maior prazer nas suas visitas.
Mas o futebol é a alegria do povo. Eu e a minha família gostamos e consumimos futebol. Não gosto de muitas coisas que vejo, que ouço e leio sobre o mundo da bola, mas ela é redonda e pincha-pincha, umas vezes para um lado e outras vezes para o outro, são 11 de cada lado e o árbitro é um gatuuuu... ai que levei com um cartão amarelo!
É mesmo incrível. E esses senhores de gravata da cor do clube, até nem são nenhuns desfavorecidos, em termos de estudos...
Enfim, há coisas que se tem ou não se tem.
Beijos.
Boa semana,
hoje no vila também se fala na (de) formação do futebol nos nossos jovens e em particular em Leiria.
Gostei.
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