Começou a ser difícil escrever enquanto sonhava.
A princípio, uma palavra, uma intenção ou pensamento e até uma frase curta, eu conseguia guardar num canto da memória, até despertar pela manhã.
Trazia-a depois do esconderijo que a protegera durante a noite, passava-a a limpo para o bloco de notas breves e ali ficaria impressa e segura, até que algo me fizesse pensar nela para a reescrever, mas desta vez já acordada.
Acontece, que há noites de ventura em que a minha cabeça adormecida escreve sem parar; cria personagens, baptiza-as com nomes inusitados, cria-lhes biografias, dá-lhes vida e imagina-lhes enredos.
Como se não bastasse, assenta datas, toma notas, sublinha, desenha setas e asteriscos e ordena a paginação em folhas imaginárias, que nada têm de palpável.
É no entanto um facto incontestável, que eu folheio estas páginas de manhã em pensamento, disso não tenho dúvida. Mas é também verdade que quando acordo, perante a falta de um registo físico, perco-me no enredo sonhado, esqueço-me dos nomes escolhidos, não encontro os apontamentos e as notas, deixados durante o sono no canto da folha e com muita pena minha a história perde-se.
Então, numa destas noites decidi durante o meu sonho, criar ao lado da minha cama uma mesa branca bem iluminada, onde apoiei o meu pc portátil imune a vírus, passwords e sonambulismos.
Adormecida, deslizo agora da altura do meu colchão, apoio a ponta dos pés no quente do tapete e despejo as histórias sonhadas, que me aparecem escritas na cabeça que segue desta vez mais descansada.
Trazia-a depois do esconderijo que a protegera durante a noite, passava-a a limpo para o bloco de notas breves e ali ficaria impressa e segura, até que algo me fizesse pensar nela para a reescrever, mas desta vez já acordada.
Acontece, que há noites de ventura em que a minha cabeça adormecida escreve sem parar; cria personagens, baptiza-as com nomes inusitados, cria-lhes biografias, dá-lhes vida e imagina-lhes enredos.
Como se não bastasse, assenta datas, toma notas, sublinha, desenha setas e asteriscos e ordena a paginação em folhas imaginárias, que nada têm de palpável.
É no entanto um facto incontestável, que eu folheio estas páginas de manhã em pensamento, disso não tenho dúvida. Mas é também verdade que quando acordo, perante a falta de um registo físico, perco-me no enredo sonhado, esqueço-me dos nomes escolhidos, não encontro os apontamentos e as notas, deixados durante o sono no canto da folha e com muita pena minha a história perde-se.
Então, numa destas noites decidi durante o meu sonho, criar ao lado da minha cama uma mesa branca bem iluminada, onde apoiei o meu pc portátil imune a vírus, passwords e sonambulismos.
Adormecida, deslizo agora da altura do meu colchão, apoio a ponta dos pés no quente do tapete e despejo as histórias sonhadas, que me aparecem escritas na cabeça que segue desta vez mais descansada.
23 comentários:
Uau! Tu te superaste! Conseguiste sair do próprio corpo para escrever, qual um fantasminha Pluft. E nem deves fazer barulho. hehehe
É assim mesmo, querida Patti. O desespero que dá quando, pela manhã, percebemos que o sonho já se esfumou e agora lembrar nos parece um exercício de auto análise. E ficamos lá a rebuscar entre as fronhas aonde ficou aquele pedaço tão importante que abre a porta ao mistério.
Será que os autores de grande best-sellers também passam por isso?
Têm uma ideia para continuação do romance e saem a correr vestidos em pijamas?
boa noite Patti
Pitanga:
Ahahaha, às vezes se consigo acordar rápido, ainda me ponho à conversa com alguns personagens: Briolanjas, Marias Apolónias e outras que tal.
E cabem todos no quarto? Pões o marido a dormir no quarto de hóspedes. hehehe
Tu brincas brincas, mas não leste a notícia daquele informático que tendo decepado parte de um dedo pagou a um médico para lhe implantar nessa parte um cartão USB de memória com 2 GB? Imagina agora que de manhã acordavamos, ligavamos o cartão a uma porta USB e despejávamos os sonhos! Ganda nóia!
Patti,
Então agora poderemos nos deliciar ainda mais com essas histórias e personagens?
Beijo e boa semana pra vc
Olá Patti,
Belo o que acabei de ler...
vou d o r m i r e o meu tapete v o a d o r a sonhar assim ... um dia a c o r do com os pé no chão frio...
genial...
adorei
o teu tapete deve ser lindo e fofo...
beijinhos e noite de sonhos cor de mel e arco-íris...
beijinhos
Tu nem me digas nada, que durmo com o Moleskine na mesa de cabeceira e um lápis em cima, porque naquele meio tempo entre o acordada e o sono profundo, vêm-me sempre ideias. Parece de propósito.
Lá escrevo uma palavra, tipo chave, para no dia seguinte me lembrar.
Para malucas não nos falta quase nada...
Gostei da ideia do salvo, é que ás vezes dava jeito um gajo sacar cá para fora os sonhos ou mesmo os pesadelos.
A solução destes 'problemas' está mais próxima do que pensávamos...
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/audioevideo.aspx?content_id=1187788
(Já vem com caminha e tudo...)
Eu faço o mesmo, mas tenho mesmo um bloco de notas junto à mesa de cabeceira onde escrevo os meus morfeugismos.
Patti,
Sempre me dizeram que tudo o que sonhamos e se nos lembrarmos, deve ser escrito. A razão é porque ou foi algo que nos marcou pela positiva ou pela negativa ou então algo que ainda se irá passar. Portanto dá para fazermos nossa propria psicanálise ou então precavermo-nos para o futuro. Poderá ser uma teoria acertada. A verdade é que não se gasta dinheiro com psicólogos e no papel escrevemos tudo o que nos apetece, o que é uma óptima terapia!
Revejo-me no teu texto... Como te compreendo! Um beijo.
Bem tentei algumas dessas proezas, mas népia. Fiquei agarrado ao meu Moleskine e continuo a confiar na minha memória. Noite em que antes de adormecer me comecem a bailar ideias na cabeça é noite de insónia pela certa, por isso agora procuro pensar em futilidades. O chip do salvofazia-me um jeitão!
Mas que ideia genial!
E que cantinho confortável tu tens para o teu deslizar nocturno! :-))
Abraço
Nunca consegui guardar um sonho até acordar...
Eu também acho um desperdicío ...tantas coisas e tão giras(quase sempre)que nos embalam o sono e depois ...nada...não é justo :)
Seria tão bom um copy/paste dos sonhos que o leve despertar apaga e não restaura. Dos pesadelos não, não quero cá janelas que abrem indesejadas e invadem o ambiente de trabalho. Minimizo-as a um canto se não respeitam o clique de comando!
os meus sonhos raramente são dignos de serem escritos. mas quando são bons tenho pena de acordar
eu também quero escrever os meus sonhos e que os meus sonhos sejam o que eu queria e naõ consigo escrever.
Não sei se é dos sonhos ou do te PC, mas a verdade é que gosto muito dos teus post.
um bj
Patti,
que felicidade a tua, lembrares dos sonhos e das estórias que te povoam nesses 'estados' nocturnos!
eu, 'népia'! de manhã não lembro nada.
felicidade nossa, poder lêr-te!
Uma Páscoa Feliz!
um abraço e o meu sorriso amogo :)
mariam
Mantém a tua mesa iluminada para que possamos continuar a ler estes deliciosos sonhos.
beijinhos com raios de sol
Quem me dera ter essa capacidade, Patti. Os meus sonhos são sempre tão interessantes… Embora inconfessáveis, é verdade. ;-D
Coisa doce e boa de se ler, adorei.
:)
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