Cá por casa temos todos escapado dessa gripe que paira por aí. Mas acho que a vida do D. lá na Sãozita não correu muito bem.
Ai mãe, 'tou tão enjoada, dói-me a cabeça, as costas, eu não quero.
Oh filha, tens de ter paciência (ODEIO, esta frase. Mas porque é que temos de ter sempre paciência?), se a tua avó já tivesse voltado lá dos states.
A culpa é tua mãe, que me obrigás-te a ir mascarada de princesa do bairro à festa da Junta de Freguesia, vestida com a colcha de cetim, toda vomitada!-disse a desgraçada num pranto.
A colcha de cetim brilhante? Ela fez um fato à miúda com a aquela colcha? Mas 'ca 'ganda nojo!
Elisete, filha! Tu não sejas ingrata. 'Atão o teu fato não ficou tão lindo, filha? O trabalhão 'caquilo me deu. A tua avó lavou a colcha todinha com lixívia pura (Será que esta miúda é a única normal naquela casa? Nem sei o que é pior se o cheiro à lixívia pura, se ao vomitado,) e o cheiro do 'fomitado do Ígor saiu filha.
Tu não me fales mais do vomitado, olha que fico enjoada. Oh mãe. cála-te com isso. dizia a coitada a toda a hora, mas a Sãozita estava indignada e continuava.
Ias tão linda, filha! Só o brilho que saia do teu fato... o teu pai até chorou ao ver-te ganhar o prémio da Junta. (O D. chorou? Hahah, não acredito. Ele já nem chora com o Sporting)!
Eu odeio brilhos, mãe! E aquilo cheirava mal. Eu queria era ir mascarada de Tokyo Hotel! (Livra, família mais saloia).
Olha, toma lá "masé" o xarope, para ficares melhor que eu antes de ir p'rá Polux ainda tenho de ir fazer o peixe frito. (E o arrozinho de tomate, não te esqueças.)
Peixe frito? Ai mãe não digas mais nada que 'tou tão enjoada!