O meu avô dizia que nunca ia morrer porque fazia falta a muita gente. E fez.
Faz.
Continua a olhar por mim, a contar-me histórias antigas antes de jantar, comprar-me bolachas de baunilha e rebuçados santo onofre, a dar-me notas de mil escudos ao domingo, passeios nas vinhas, roubar filhos às figueiras bravas e a ter olhos azuis e cabelo de papel branco.
Os nossos mortos nunca morrem.
Mas deixam estes túmulos dentro de nós.