Órfão triste, de faqueiro de prata antigo, ficara de repente sozinho, depois da última colher de sobremesa se perder e no entanto, conseguia destacar-se ainda no seu posto, pela luz que só os objectos nobres possuem.
Sempre de cabeça erguida, vivia das lembranças dos reais jantares de cerimónia, em que era exibido com orgulho, limpo com cuidado e guardado sobre um estojo de couro perfumado e assento fofo, depois de dignamente alisado o lustro.
Um pouco torto no dente do meio, riscado do tempo nas costas e amolgado das pancadas da vida no cabo amarelecido, não se abatia porém com a velhice e exibia com grande soberba e jactância, a marca contrastante que o diferenciava de todos os outros metais.
Sempre de cabeça erguida, vivia das lembranças dos reais jantares de cerimónia, em que era exibido com orgulho, limpo com cuidado e guardado sobre um estojo de couro perfumado e assento fofo, depois de dignamente alisado o lustro.
Um pouco torto no dente do meio, riscado do tempo nas costas e amolgado das pancadas da vida no cabo amarelecido, não se abatia porém com a velhice e exibia com grande soberba e jactância, a marca contrastante que o diferenciava de todos os outros metais.
(música surripiada, um dia destes na Luísa)