segunda-feira, 15 de setembro de 2008

coisa pouca II


Depois de escrever o post sobre a correria que é o regresso às aulas e de ler os vossos comentários, opiniões e experiências pessoais, fiquei a pensar no assunto. É uma característica minha. Gosto de pensar no que escrevo. E no que leio. Até porque existem sempre vários lados de um mesmo assunto, que se devem ter em linha de conta e impulsos, precipitações e juízos com poucas bases resultam sempre em disparate.

Será que desta vez pensei demais, ou não é novidade para ninguém que na maior parte das famílias, sejam elas mais modernas ou mais tradicionais e apesar de algumas mudanças positivas, a sobrecarga de tudo o que diz respeito à família e principalmente aos filhos, cai ainda nas costas de nós mães?

Não é querer ser reaccionária, polémica, queixinhas de dodo em riste, sofredora e muito menos fazer o papel da coitadinha explorada, que aliás me fica péssimo.

É só uma mera constatação da realidade, numa sociedade em que grande parte das mulheres também trabalha fora de casa, por razões tão diversas quanto válidas.

Mas realmente há coisas que nunca mudam. Ou mudam pouco. Ou devagar. Muito devagar. Mesmo. Por responsabilidade de ambos os sexos.

Antes de mais, salvo já aqui as devidas excepções. E se as houver por aí, por favor aproximem-se e piquem ali em baixo onde diz comentários.

Continua a ser de nós mães que se espera toda a harmonia da casa, que vai desde tarefas domésticas maneirinhas, como lavar tectos e arear tachos, passando por criar filhos felizes, bem educados e lavadinhos e acabando no ritual da apanha do cocó do cão e na distribuição da alpista aos piriquitos. Tudo isto com ar feliz, impecável e sempre em forma. Tipo wonder woman, mas sem aquela parte das pirosas botas de verniz encarnadas.

Pessoalmente, sinto-me uma privilegiada, porque 75% do meu trabalho consigo fazê-lo em casa, aqui mesmo neste escritório, onde escrevo estas palavras. Sou dona dos meus horários e divido o meu tempo e disponibilidade entre mim e a família, sem pressões, presas e culpas. Foi a opção que escolhi, acarreta algumas desvantagens incluindo monetárias, mas não a trocava por um trabalho por conta de outrem. Nunca me arrependi e hoje cada vez menos.

Há ainda o caso de mulheres que estão em casa todo o dia e não param um segundo que seja, desde que se levantam, muitas vezes primeiro que todos os outros, até que se deitam. Por opção ou porque não tiveram outra alternativa.

Mas grande parte das mães trabalha fora de casa, com horários impostos, com responsabilidades que por vezes não permitem a mínima distracção ou falha sequer, com demoradas viagens em transportes públicos apinhados de gente, em filas de trânsito infinitas, com idas desesperantes a supermercados às piores horas do dia e só com o direito a três abdominais no ginásio da esquina, na fugaz hora de almoço.

O que me espanta é que tudo isto é suposto ser muito normal. As mulheres queixam-se e tal, respiram fundo, adormecem para cima do vizinho do lado no comboio, têm olheiras até ao queixo, passam os fins-de-semana a estender máquinas de roupa e tomam tudo de uma forma indelével. Em muito poucas, vejo uma reacção para modificar a situação, pelo contrário, alimentam-na. Há famílias onde não será de todo possível qualquer tipo de mudança na estrutura familiar, principalmente por razões de ordem social e de educação. Mas em muitas outras esse problema não se põe! Será que as mulheres ainda crêem na ideia, de que casar é começar a viver só para os outros? Acreditam em sinas e destinos do passado, destinos pré-estabelecidos pela sociedade e conformam-se simplesmente com aquilo que os outros esperam que façam, porque foi assim que alguém um dia lhes disse.

Quem já não ouviu a desculpa de uma amiga: ai amanhã não posso, porque tenho de ir com a minha filha ao dentista; hoje não dá, porque ainda não fiz o jantar; tenho de me ir embora, porque já estou atrasada para lhe dar o banho; não contes comigo, porque quando chego a casa, ainda tenho tudo para fazer; jantar de aniversário ao dia de semana? Nem pensar, então quem é que depois deita os miúdos? Fim-de-semana fora? Credo! E quem toma conta do meu marido e da minha filha?

Hello! Desculpem lá, mas hoje em dia, respostas deste tipo não deviam ser normais. Mas são. E ainda por cima são dadas por mulheres da minha idade e ainda mais novas. Primeiro não devem ter os homens em grande conta e pior ainda, a elas próprias. Por isso muitas vezes digo, que o peso que carregamos em cima de nós mães, será também culpa nossa. Tenham paciência, mas nunca ouvi respostas deste tipo, vindas da boca de um homem! Serão as mães completamente insubstituíveis e os pais completamente incapazes? Não acredito.

Então porque assumem tal papel? Também não sei.

Paizinhos, ‘bora ai trocar o verbo na pergunta e em vez de um: queres ajuda em alguma coisa, passamos a ouvir e aceitamos o: queres dividir o trabalho?

Era tudo tão mais fácil. Eles trocam o verbo da pergunta e nós, mãezinhas, deixamos de ter a mania que somos mães deles!

Quando andei nas voltas com o material escolar no hipermercado, vi que pelo menos quase todos os pais que estavam naqueles corredores, eram mães com filhos ou sem eles e de lista de material na mão. O único homem que vi, berrava com a desgraçada da filha adolescente, só porque ela queria os dossiers da moda em vez de escolher os que ele entendia e o problema ali nem sequer era monetário e sim falta de jeito, paciência e casmurrice. O cretino que reagiu assim, não o fez por ser homem, obviamente. Era mesmo assim de nascença, independentemente do seu sexo. Mas é um facto que os homens não têm muita pachorra para estas coisas de escolher uma caneta entre outras trinta, que para eles são a mesmíssima coisa. Mas se eu fosse até ao corredor dos artigos para carros, ou cd’s, ou vinhos …

Aliás, como a Cecília aqui disse e muito bem, para os homens aquilo é tudo igual, compra-se um caderno, uma bic azul, uma lapiseira e uma borracha e já está!

Meus amigos, isso era ‘dantes!

Outro exemplo, é tudo o que diga respeito a médicos e doenças. Otorrino, dentista, ortodoncia, oftalmologista, ginecologista, ortopedista, fisioterapeuta, radiologista, urgências de hospital, vacinas, tratamentos de enfermagem, análise clínicas, pensos rápidos, compras na farmácia e até picadas de peixe-aranha. Na maior parte dos casos quem vai com os filhos? As mães. Porquê? Não sei, mas gostava de saber.

Onde eu vejo uma mudança maior e até muito nítida, é no acompanhamento dos filhos pelo pai, às actividades desportivas. Caso seja ballet ou futebol. Há muito mais homens a ir pôr e buscar os filhos às actividades extra e muitos deles ficam lá durante o horário inteiro. Mistério!

Outro tema onde as mães estão em maioria, é no acompanhamento escolar dos filhos. A secretária é muitas vezes substituída pela mesa da cozinha. Ali estuda-se, fazem-se os trabalhos de casa e tiram-se dúvidas.

Enquanto isso, a mãe faz o jantar, dobra meias, engoma camisas e t-shirts, prega dois botões, atende o telefone às melgas da tv cabo, ou a sujeitos suspeitos que lhes oferecem prémios que têm de levantar a partir das sete da noite, fazem mimos ao gato e mudam a areia da caixa, estendem roupa, preparam o almoço da criança do dia seguinte, limam uma unha falhada há três dias, orientam o saco do ginásio, trincam uma maça, telefonam à mãe, pensam mal da sacana da colega do trabalho, pensam se ainda querem ter outro filho, pensam na factura da contribuição autárquica, pensam que ainda não marcaram a consulta de ginecologista, resolvem deixar de pensar, arrumam as compras na despensa, tiram dúvidas de matemática ao filho, telefonam outra vez à mãe, põem a mesa para o jantar, reparam que se esqueceram de comprar guardanapos de papel o que também não faz mal, porque vai com rolo de cozinha e tudo, assinam o teste de história, tentam perceber alguma coisa da novela das sete, ralham com o filho que espreita para os morangos com açúcar em vez de fazer os tpc, sonham com aqueles sapatos da montra, lêem um recado da directora de turma, telefonam a última vez à mãe, reparam finalmente que fizeram tudo isto ainda de saltos altos, atiram um beijo ao marido que acabou de chegar, cansadíííííssimo do trabalho e que lhes pergunta, então, o teu dia foi bom?

E depois disto tudo, ainda têm de ouvir bocas parvas sobre enxaquecas!

30 comentários:

Anónimo disse...

Pronto, pronto, não batas mais se não corto os pulsos.

Oh mãeeee! Olha ela! Está farta de dar porrada!

Patti disse...

Salvo:
Não sejas pieguinhas! As responsabilidades são de ambos: pais e mães. E por amor de Deus, tu pára-me de chamar pela mãezinha!

Gi disse...

Escreveste isto tudo porque ontem estavas zangada com o sitemeter, não foi?
Imaginaste-o um homem e vai daí isto que amanhã pode haver mais. :)
Brincadeiras à parte: Eu já tiv esta faceta, mas estou a ensiná-la aos 3 homens cá de casa.
Já esteve mais longe o dia em que um deles me virá dizer: "Ai querida, hoje não posso, estou cá om uma dor de cabeça....".
Está quase, quase.

PS.: O sitemeter voltou a casa, largou aquele condomínio de luxo.

Vera disse...

Pois é Patti. Tu sabes como é, realmente! Às veze também me pergunto porquê, mas não encontro a resposta. Sei que foi sendo, foi sendo e acabou assim. Num dia a dia em que tudo (menos a parte de ganhar dinheiro, e essa é sempre a mais importante quando se tenta conversar) fica à responsabilidade da Mrs. A parte das enxaquecas é difícil de gerir...acredita!

Anónimo disse...

As verdades que tu dizes aqui neste post!
Concordo com a troca do verbo!

mjf disse...

Olá!
Eu devo ser uma felizarda...cá em casa o mais sacrificado...é oo meu marido ( por disponibilidade de horários)...
Ficava noites inteiras com a minha filha, ia ao supermercado fazer as compras, ia ao pediatra,....
Agora a filhota tem 17 anos, eu continuo com a minha carreira ( nunca abdiquei dela) a minha filha está fora do país a estudar, e o meu marido continua a fazer as tarefas dele....e eu as minhas...
Não me posso queixar
Mas isto tudo é como domesticar uma animal...tem de se começar logo, no inicio do casamento ;=)
Por vezes as mulheres estão sobrecarregadas por culpa delas, que não sabem as suas prioridades!!!!


Beijocas
Boa semana

Ka disse...

Pronto Tia tu não batas mais.... :P


Mas dou-te razão. Eu até nem me posso queixar demasiado pois lá em casa há divisão de tarefas embora com os tais pormenores daas doenças,dos médicos, reuniões de pais, compras de roupas a meu cargo.
Mesmo sabem que a balança pesa um bocadinho para o meu lado até nem estou muito mal. Mas seria incapaz de estar casada com alguém que não participasse nas tarefas familiares

beijosssss e uma boa semana

ps - e tu não te irrites tanto que isso até de faz mal :P

ps - Mas a grande rtesponsabilidade de mudança é mesmo de nós mães (principalemnte de rapazes). Olha o teu sobrinho vai ser habituado a fazer tudinho tudinho para não ficar um inútil

Justine disse...

Retrato de perder o fÕlego, mas tão verdadeiro! Isto mudar,muda, tenho a certeza, mas vai ser tão devagar, que se calhar ainda não é para nós vermos...

cecília disse...

Ops, deixa-me deitar água na fervura, senão põem-me as malas à porta, rsrsrs...

A realidade é que, salvo em alguns pormenores, em que a (pouca) sensibilidade masculina vem, inevitavelmente, ao de cima, não me posso queixar!!
Reponha-se a verdade, porque, contrariamente à maioria, no meu caso, as tarefas são feitas por quem estiver mais disponível de momento. Horários desencontrados e tardios assim o obrigam, sendo as responsabilidades partilhadas por todos os elementos do clã, descendência incluída.
Mas reconheço: eu e a MJF devemos ser das poucas sortudas que andam por aí....

P.S.- Quanto ao meu comentário no post sobre o regresso às aulas, tb quero esclarecer que, apesar de não ser possível de concretizar, a resposta da cara-metade até estava cheia de razão!!

paulofski disse...

Não é novidade Patti. Assumo a minha cota parte masculina nas tarefas domésticas e limpar o pó, fazer as camas, aspirar e por o jantar na mesa não me faz comiçhão.
Aprendi a fazê-lo e ainda bem. Sei valorizar o esforço das mulheres no trabalho após o trabalho. Tenho o dever de o fazer. Posso ser um das poucas excepções mas sei que não sou o único. É como dizes e tens razão. Vamos lá a ver se mais homens se aproximam e picam ali onde diz comentários.

Boa semana. Beijinhos

Alecrim disse...

Eu tenho a vida que me convém: vivo sozinha com duas gatas pouco exigentes. Não sei até quando me convirá, mas por agora não me imagino a viver de outra forma.

1/4 de Fada disse...

Patti, concordo com o que tu aqui escreves, claro, porque é aquilo que observo na esmagadora maioria dos lares que frequento, mas acho que existem imensas excepções e não são um exclusivo das gerações mais jovens. Quanto à educação que nós mães damos aos nossos filhos, isso é uma constante surpresa para mim, porque por mais que se faça, por mais exemplos que haja, tanto da nossa parte como da dos pais, há a influência externa, o chamado currículo oculto, que tem uma força incrível, e cujos frutos aparecem quando menos esperamos. Conheço jovens fruto de educações absolutamente contra o que tu aqui descreves e que têm comportamentos edificantes. Inclusivamente já ouvi as respectivas consortes deitarem as culpas dos "machismos" à educação das mães, quando eu sei que elas estão totalmente inocentes da situação. Penso que muito mais do que a educação, há toda uma interiorização do processo que é necessária por parte dos homens, e isso tem mais a ver com a personalidade, com o seu amadurecimento e desenvolvimento como seres humanos, como pessoas, do que propriamente apenas com a educação. A obrigação de cumprir todas as tarefas a que te referes tem-nos obrigado a nós, mulheres, a desenvolver aptidões incríveis, não haja dúvida, e isso reflecte-se nas raparigas, não é à toa que cada vez há maior número de população feminina nas universidades e melhores alunas do que alunos. Mas continuo a dizer que há homens a fazer tudo o que nós fazemos como mães e donas de casa tão bem como nós. São é muito mais raros.

sonia disse...

Parece que foi Einstein que dizia: é mais fácil quebrar um átomo do que um hábito.
Eu já passei pela fase de carregar o mundo nas costas. Hoje tenho a liberdade de escolher o que quero fazer no dia-a-dia. Mas convenhamos, sempre há uma brecha para enxergarmos o que nos anda acontecendo. É que fazemos vista grossa, por motivos vários: medo, insegurança, etc e assim o controle remoto da TV continua na mão deles ;)

De dentro pra fora disse...

O verbo não seria o" queres dividir o trabalho", mas sim, "vamos dividir o trabalho"...

Suzana lux disse...

Hoje e depois de algumas vezes aqui cuscar, tenho mesmo que comentar...

Acabei de aplaudir de pé cada palavra aqui escrita, infelizmente assim se passa...

Pois eu tenho mesmo muita sorte, somos ainda um clube pequenino (mjf,Cecília e Karla(Paulofski)), mas ja somos, o que é muito bom...

Pois a nossa familia sorri, chora, arruma, brinca, lava, cozinha, suja e etc. em conjunto, e não é o elemento masculino que comenta pelo simples facto de ter estudado fora do país e o Português não ser o melhor, mas quero tambem deixar explicito que não é só ele o responsavel, é que começamos desde o namoro este proceso de adaptação, visto eu na altura ter uma carga horaria muito elevada em relação à dele.
Após conhecer alguns casais amigos dele, fiquei a saber que ele era tal e qual como a grande maioria, "a mulher manda na casa e nela mando eu", pois é mas em pouco tempo as coisas mudaram, e ele nunca me disse
"já TE estendi a roupa"...mas sim
-"já estendi a roupa" não digo inverter o verbo, mas sim mudar a pessoa singular para o plural NÓS...
E senti ainda mais que realmente tenho sorte este ultimo ano, gravidez a dois, parto a dois e o que mais me alegra na minha familia, é que a Princesa mais velha tem também a sorte de ter o pai da irmã como um irmão...
É que não é dificil aceitar um(a) filho(a)de "outro", dificil é educa-lo(a) como filho(a),na situação deles é mais de irmão mais velho...

E... porque a minha sofredora mãe passou tudo o que escreveu e algo mais, e visto não poder mudar o mundo eu decidi mudar o MEU PRÓPRIO MUNDO...e a tudo isto junto o facto de viver num país que tambem me proporciona mais qualidade de vida...


Parabéns pelo seu cantinho, continuarei a visitar, por vezes em silencio mas vou passando.
E parabéns a todas as mulheres que têm coragem para dizer BASTA...

Abraçeijos... :0)))))))))

f@ disse...

Fazer o quê? A Solução é simples...e ajuda a todos... dividir um verbo no infinito...
beijinhos das nuvens

liamaral disse...

Não sou mãe nem sou pai, mas não posso deixar de concordar contigo! Exigem muito mais delas!
:) Beijinho e boa semana!

liamaral disse...

Não sou mãe nem sou pai, mas não posso deixar de concordar contigo! Exigem muito mais das mães!

:) Beijinho e boa semana!

joana disse...

Eu ca não tenho muita razão de queixa o meu rabbit sabe fazer de tudo um pouco e até me ajuda dividimos as tarefas(eu sujo ele limpa,ele cozinha eu como)brincadeira por acaso não me posso queixar,e quero ensinar o pequenito tambem a fazer o que lhe compete.
Beijinhos e boa semana

Patti disse...

Vizinhança:
O meu "D" também é excepção. Não me dou bem com o outro género. Feitios, o que é que se há-se fazer.

BlueVelvet disse...

Bolas, que até fiquei cansada de ler tudo o que as mulheres têm que fazer.
Eu, para dizer a verdade, não tenho razão de queixa.
O meu "V" desde dar os biberons aos filhos, mudar as fraldas e outras coisitas más, sempre ajudou e dividiu.
Claro que havia tarefas que eu desempenhava mais, como as reuniões de pais, ou compras da roupa e material escolar, mas no essencial sempre ajudou.
E ainda hoje o faz. Quando é preciso até lava a loiça.
Mas sabes que eu acho que isto vai da educação.
Da educação que nós lhes damos, claro.
Logo no princípio.
Beijinhos

PDuarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patti disse...

Pd:
Algum problema? Tudo bem contigo?

SONY disse...

Grande Post!
Não pelo comprimento e o número de palavras, mas quem escreve assim não é gago!
É realista!
sem dúvida que posso afirmar que tudo ou quase tudo ainda se passa e tal e qual como descreveste! Infelizmente!
As mulheres Portuguesas parece que temem em querer ser respeitadas, não penso que os homens sejam incapazes assim como tu ...claro se a mulher já faz tudo ele vai fazer o quê?
Esse é o problema que aqui em casa não existe, pois tudo é dividido por todos!
não digo que o meu marido faça a cama todos os dias enquanto eu me ponho a ver novelas!
Mas basta eu dizer, "chega ali depois se não te importas"
Ele ajuda sem dúvida alguma!
Também quando queremos sair e estamos com pressa ele diz, vai já tu te arranjar enquanto eu levanto aqui os pratos!
Quanto às idas e vindas das escolas, tenho um sobrinho de 13 anos, e por norma sou eu que gosto de o ir buscar à escola :-), mas com um simples telefonema a coisa muda e vai o meu marido, sem stress!
E repara que é Tio!!!Não é Pai!
Em relação também às compras de materiais, todos os livros foram comprados pela mãe (minha irmã),os cadernos foram comprados por mim, e este Sábado fomos comprar uma mochila e saco para ginástica, o meu sobrinho nunca exige nada, escolhe e se o que gosta tem um preço elevado ele escolhe logo outro, mas conseguimos ver na cara dele qual gostou mais!
Aconteceu este Sábado que ele gostou de uma mochila, mais cara do que a mãe lhe iria comprar, e o meu marido apenas perguntou à mãe: ele pode levar aquela se eu pagar metade?
E assim foi!
Como vez também há excepções!
Agora se me perguntares se o meu marido era assim há 10 anos, eu respondo-te que não!
As pessoas fazem-se!
Fazemo-nos todos em conjunto!
Respeitamo-nos!

Penso que esse é o segredo: RESPEITO MUTUO!!

Toma lá um comentário enorme:-)
Pediste para picar aqui e eu piquei!

Aqui em casa resolve-se tudo sem stress!

Jito,
Obrigada pelo abraço apertado!
Custa imenso...mas não acredito no THE END antes do tempo, hei-de arranjar solução!! Não largaria a minha familia por curso algum!
Sempre resolvi tudo! E falo de coisas enormes! "Há-de haver onde começar!"-música dos Anjos:-)
Sony

Rosa dos Ventos disse...

Uma análise sociológica muito lúcida!
Mas na verdade, nós mulheres conseguimos fazer três e quatro coisas ao mesmo tempo e pedir a um homem que vá à despensa buscar um pacote de leite e a caixa do arroz já traz uma enorme confusão...e ainda gritam lá de dentro:
Afinal onde é que "isso" está?
Contudo temos muita culpa no cartório!
Às vezes, só quando os filhos saem de casa é que eles se tornam colaborantes!
Antes tarde que nunca... :-))

Abraço

Anónimo disse...

Habituei-me a passar por aqui porque considero o seu blog realista para além de muito bem escrito.
Na verdade como eu acompreendo ecomo eu lhe dou razão sem,pre que diz que nós mulheres somos culpadas de muitas destas situações.
Porque não temos coragem para dizer não porque temos um medo interiorizado dentro de nós que é ancestral e nos foi introduzido pela sociedade, pela educação, por um religião fortemente marcada por influências judaico cristãs pela própria tradição familiar.
A própria solidariedade feminina não ajuda, chegando em casos mais extremos a condenarem sem terem sequer conhecimento das realidades.
O 25 de Abril trouxe-nos a democracia, a liberdade mas demora a que na prática nos consigamos libertar de tantas e tantas pressões com que dia a dia nos vemos confrontadas.
È urgente esse trabalho feito dentro de nós, lutarmos cada dia e cada vez que nos sentimos tentadas a sossobrar perante um medo reagirmos, dizermos NÃo e seguir em frente.
Porque somos mulheres,porque somos mães, trabalhadores competentes, porque somos meigas, porque somos responsáveis, porque somos bonitas,
porquenos exigem que estejamos sempre impecáveis de preferência sorrindo e de bom humor, porque acham que conduzimos mal e não sabemos arrumar os carros, por um cem número de razões que poderia aqui referir, nós mulheres temos de perder este medo que vem de dentro.
Queremos ser reconhecidas todos os dias do ano e não apenas dia 8 de Março porqu é todos os dias que acordamos, que os problemas e as soluções esperam por nós.
Maria Antonieta Mariano
Não aceitamos apenas que

Rita disse...

Meu Deus como eu me revi neste teu relato é quase tudo assim, tal e qual como dizes mas nós temos aquela capacidade inata de fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo. Lá em casa, ainda ontem, eu estava atarefada com o jantar e o Sr. Marido que chegou mais cedo foi dar banho às R's e é ele que faz almoço e jantar de fim de semana e não só faz como decide o que vai fazer e vai comprar o que lhe faz falta. Afinal de contas e como chego a casa mais cedo do que ele não tenho muito que me queixar embora haja uma ou outra coisinha que podiam ser diferente...
Jokas

LeniB disse...

Fiquei estafadinha só de ler!
Mais uma vez, creio que somos nós, mulheres, que temos que educar os homens...(entenda-se por isto educar os filhos machos!)
Mais uma vez, creio que a mudança tem de partir de cada mulher e não dar ouvidos às más línguas (entenda-se por isto não ligar nenhuma às mulheres que criticam as outras)
E poderia continuar a dissertar sobre este assunto, mas...fico-me por aqui...é que tenho umas composições para corrigir, tenho de ir estender uma roupita, fazer o jantar, passar a ferro e...tratar de mim!
Enxaquecas...pois, não tenho...são mais cefaleias!!!!

Filoxera disse...

Olha, amiga, ontem estive aqui a saborear a tua escrita, mas tinha de sair e não cheguei a comentar este teu post.
Na altura, até fiquei sem saber se comentava ou se escreveris eu outro post, referindo-me ao teu.
Optei por comentar hoje e, noutro dia, talvez me inspire no mesmo tema.

Pois eu cá casa tenho um "tipical male" no que se refere a tarefas domésticas. Já teve outro casamento, mas pouco aprendeu.
Tenho feito por incutir-lhe novos hábitos e já consegui que fizesse coisas nunca antes sonhadas, como lavar louça ou trocar uma fralda ou dar banho aos filhos. Mas ainda falta muito caminho a percorrer. E o facto de eu estar desempregada, claro está, acentua-lhe a inércia.

Qualquer dia debruço-me sobre este tema, lá no meu canto. Como será a reacção?...

Beijos.

Borboleta disse...

Mãe = multitask

Talvez pela educação que me deram ou apenas por ser esse o meu feitio, mas sempre me habituei a fazer eu as coisas todas!

Faço quase tudo o que referiste no post, mas hoje em dia tenho o Empírico que já me ajuda com algumas tarefas, nomeadamente com os animais , banhos do gafanhoto, ou até mesmo a tratar da comida!

Mas mesmo assim, continuo a ser eu a pensar em tudo...

Seja como for, já é um começo a partilha da lida da casa, da rotina de uma família com animais...

Tudo se constroi e aos poucos a divisão de tarefas surge com mais naturalidade!