sexta-feira, 6 de novembro de 2009

crónicas de graça #3

António Lobo Antunes

Provavelmente este texto, não terá perfil de post, seja lá o que isso for. Deveria ser lido com calma. Contra a correria dos dias que carregamos. Com a disponibilidade de uns bons minutos. Com tempo para se poder voltar atrás, num ponto ou noutro. Com a atenção necessária para se ouvir ALA. Para pensar.
São palavras de admiração que há muito se impunham
. Para mais agora, que ALA comemora os 30 anos da publicação dos seus dois primeiros livros: Memória de Elefante e Os Cus de Judas.
Vendo bem, este será até um post muito curto, pois a sua vida é a sua obra, e a sua obra a sua vida. E milhares de horas, foram aquelas que passou a escrever. E que ainda passa. Não cabe tudo aqui. Seria mesmo impossível.
Este texto não tem qualquer pretensão, a não ser o enorme prazer que me deu fazê-lo, assim tanto, como tenho em estudar, ler e ouvir António Lobo Antunes; mesmo quando ele diz que só fala banalidades: "Tenho a sensação de que só digo banalidades. Eu sou um homem banal. Um amigo meu dizia-me que penso como um génio, escrevo como um bom escritor e falo como um débil mental".
(Uma longa Viagem com ALA, de João Céu e Silva
Setembro de 2009).


feira do livro 09, fotos minhas

Querido António,

Ainda não lhe tinha dito e se calhar nem vai ficar nada satisfeito de saber, pois o António diz sempre que o seu melhor livro é o último que escreveu e já vi, que nem vale a pena tentar falar consigo da sua literatura anterior, pois não faz caso algum de nós. Ainda com a agravante de repetidamente nos dizer, que já nada tem daquele homem dos primeiros livros. Mas mesmo assim, eu gostava tanto, mas tanto de ter lido o livro que o António escrevia durante os anos que esteve em África e que provavelmente deve ter destruído...
O livro a que deu o nome de Voo.
Ontem acabei a primeira parte do Voo, comecei a segunda. Após várias tentativas, julgo ter encontrado o que precisava. (...) escrevo literalmente de manhã à noite, numa febre imensa. Reli e corrigi a primeira parte, que está pronta e embalada. Quando a leio irrita-me. Quando me lembro dela gosto muito. Onde estará a verdade?
(cartas de angola 1971)
...
Havia um livro muito comprido que praticamente era o embrião de todos os que foram publicados. Escrevi-o enquanto estive na guerra, e muito antes disso, para aí durante sete ou oito anos.
(entrevista a mário ventura, 1981)
...
Depois passei dez anos com um romance - antes da guerra, durante a guerra, depois da guerra - e fazia romances que não publicava.
Acho que as miúdas têm um. Esse romance era enorme - três vezes o Fado Alexandrino -, porque na guerra eu escrevia todos os dias para mim e isso ajudou-me muito. (...) Eu lembro-me que mandava bocados - era tudo uma merda - e a Zé achava aquilo uma maravilha, para altos voos. Às vezes, eu acreditava, mas na maior parte das vezes não. Estava consciente de que não prestava e que não era o que eu queria fazer.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)

Mais aquele outro, a que o António pensava chamar Depois de Júlia. Que foi feito dele? Chegou a começá-lo?
Meu querido amor
DEPOIS DE JÚLIA: título do calhamaço que se seguirá ao Voo, que eu acho porreiríssimo. Diz o que pensas. Entretanto a carroça pôs-se a andar outra vez. (...) E logo a seguir, depois de um intervalo para respirar, começo esse tal Depois de Júlia (que queres, adoro este título) de que tenho a ideia. Gostas do nome? (...) Gostas de Depois de Júlia, não gostas?
(cartas de angola 1971)

E tantos outros livros - mesmo muitos - que o António deitou para o lixo, antes de o terem publicado pela primeira vez.
As coisas que escrevi antes foram para o lixo. Sempre fiz autos de fé periódicos das coisas que escrevi. Até os rascunhos do novo livro que estou a escrever rasgo com frequência.
(entrevista a josé jorge letria, 1980)
...
Livros, houve uma série deles antes do primeiro ser publicado, e nem chegaram a ser vistos por ninguém. Escrevia-o e deitava-o fora.
(entrevista a mário ventura, 1981)
...
Acabava os livros e deitava-os fora ... Não eram bons ... Tenho pena de um - não sei o que lhe aconteceu - que foi escrito antes do Memória de Elefante, mas não sei o que aconteceu a esse livro.
(um
a longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...
E outros também foram para o lixo. Acabava e deitava-o fora, porque a publicação nunca me interessou muito. Eu queria era escrever, porque enquanto escrevia estava mais equilibrado, estava melhor comigo.
A partir da altura em que o Daniel Sampaio leu o manuscrito (Memória de Elefante), deixei de deitá-los fora.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)

Lendo as suas cartas de guerra, sente-se de imediato, já nesta altura com vinte e alguns anos, a presença constante do cruzamento da angústia-prazer, assomando-lhe à mão que desenha as letras, e à cabeça que vela por essa mão.

O pior para mim é que escrever não me dá prazer nenhum! Mas não posso passar sem isto. Os tormentos do parto tiram-me a sensação de estar a fruir o que quer que seja. Mas é horroroso estar sem escrever. Falta-me o ar. É difícil explicar, mas a sensação de frustração é imensa. E quando dou por mim estou a deitar palavras no papel com a ternura de quem deita um filho.
(cartas de angola 1971)
...
É tão misturado com angústia e aflição, durante um livro passa-se por uma gama de emoções muito dispersas.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)

Faz trinta anos que o António foi publicado pela primeira vez. É impressionante que o Memória de Elefante e Os Cus de Judas, continuem a vender-se tão bem como em 1979. São best-sellers, os leitores gostam muito destes dois livros. São uma referência na sua obra.
Eu hesitei muito antes de publicar o livro (...).
Por outro lado, há todo o problema da escrita, que são muitos anos de escrita, hesitações, de dúvidas, de reescrever, muitos anos à procura de uma forma. Acontece que, pela primeira vez com este livro, eu senti que tinha encontrado uma maneira pessoal de dizer as coisas.
(entrevista a rodrigues da silva, 1979)
...
Escrevia há muitos anos, mas nunca tinha pensado em termos de publicação. Os meus amigos nem sequer sabiam que eu escrevia, nunca pensei em fazer uma carreira literária. Por razões várias mostrei Os Cus de Judas a um amigo, um médico, o Daniel Sampaio, que não tinha nada a ver com o meio das letras. Só que ele impressionou-se e tratou de tudo, levou o original ao editor, etc. (...) Memória de Elefante foi o primeiro a sair. Era, no entanto, um livro em que ninguém acreditava, saiu nas férias, em Julho. Quando vim, em finais de Setembro, a primeira edição estava a esgotar-se. Achei estranho, o livro fora lançado por uma pequena editora (...). Foi tudo de facto muito surpreendente pela forma como aconteceu. Depois as edições começaram a sair umas atrás das outras.

Os Cus de Judas, apareceram depois. Se não fosse o Daniel nunca teria publicado nada, teria continuado a escrever como até então, nem sequer para as gavetas, porque não tenho gavetas a não ser as da roupa. Rasgava o que ia fazendo, nem sei, afinal porquê.
(entrevista a fernando dacosta, 1982)
...
Sim, ninguém me queria, mas eu não estava preocupado porque escrevia sem ter pensado em publicar. E achavam que aquilo não era um livro, que era uma coisa muito estranha!
...
Se eu fosse reescrever o Memória de Elefante! Não o posso fazer porque é um livro de um outro, eu já não sou aquele homem, aquele rapaz.
...
Levei anos a levar pancada das pessoas que escreviam nos jornais, dos críticos, disso tudo, e nunca percebi porquê. Mas era pancada, pancada mesmo, porque não me aceitavam. Agora compreendo, pois vendo as coisas no contexto da época, o Memória de Elefante era algo completamente novo numa altura (pós-25 de Abril) em que toda a gente esperava obras-primas que estavam nas gavetas e nada foi publicado.

(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...
(...) E agora olhando para aquilo, porra, eu escrevia aquilo tudo outra vez ou deitava fora, nem publicava. E espanta-me, pois o livro fez agora nova edição de bolso, e continua a vender. É estranho... O que eu vou deixar é isto. Palavras ...
Um autor que ninguém sabia quem era! Lembro-me de ele (o editor) dizer: É melhor tirarmos o Antunes, Antunes é muito feio. Fica só António Lobo.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)


Esse ser-escritor que traz consigo desde sempre, tem vezes que dá mostras que lhe dói, outras que lhe causa uma alegria desmesurável. Um não sei quê que parece só querer minorar, quando o António é o António Lobo Antunes, aquele que assina os livros.
(...) há horas mágicas, há momentos em que se está a escrever e a chorar e não é por ser triste ou alegre, é porque era mesmo aquela palavra que nos visitou e fomos habitados por outra coisa. esses são os momentos mágicos que acontecem nas primeiras versões (...). Nas primeiras versões, sim, há momentos em que, como dizia o García Marquez, parece que temos o berlinde na mão.
(...) O sofrimento não sei de onde ele vem. Lembro-me sempre da minha mãe dizer: "Não percebo porque é que estás sempre triste. Nasceste com tudo". A relação comigo próprio é muito conflituosa, é mesmo conflituosa!
(...) E é tudo tão breve que não temos o direito de ser tristes, porque é uma honra estar vivo. Senti isso depois da operação, quando pensava "afinal respiro" e comecei a tirar prazer das coisas: de estar sentado, de andar e inclusive de respirar, porque antes custava-me cada vez que tossia. (...) É tão bom respirar, e estar vivo é um privilégio.

(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...
Prazer dá-me sempre, mas foi tão difícil. É tão misturado com angústia e aflição, porque durante um livro passa-se por uma gama de emoções muito dispersas.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)
...
Escrever é a minha razão de viver, a minha alegria e também sofrimento, mas é a minha sina.
(entrevista a carlos vaz marques, 2008)

Mas tanto a alegria como a dor da escrita, me parecem deixá-lo só.
Dou-me com muito poucas pessoas. Até porque este tipo de vida é um bocado incompatível com uma vida social. preciso de dez, doze horas para escrever. Não vou ao cinema, a não ser com as minhas filhas, não vou a cocktails, não faço vida social.
(entrevista a ana sousa dias, 1992)
...

(...) Estou todo o tempo com o livro.
Sou uma pessoa muito fechada, tímida, com poucos amigos, não sou muito sociável, não vou a bares, nem a lançamentos. Nunca tive grandes relações com pessoas do meio literário e, normalmente, não vou nessas excursões.
(entrevista a sara bello luís, 2001)
...
Eu sempre fui assim, a minha mãe diz que eu sempre brinquei sozinho e , no entanto, tenho a felicidade de ter bons amigos. Eu gosto de estar sozinho.

O sol dá-me uma alegria muito grande, mas depois vou acumulando culpabilidade, a sensação de que ... sei lá, de que fui acumulando erros ao longo da vida. (...) E isso é complicado para mim. É a primeira vez que estou a falar nisto, nestes períodos entre os livros... Quando estou com um livro, estou tão ocupado com o livro, mas quando fico sozinho comigo mesmo, às vezes é complicado.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)

A sua obra estabeleceu rupturas com o romanesco do século XIX, renovando-o, impondo-lhe um novo género; a sua técnica narrativa, é um dos seus maiores encantos e consiste num desafio constante às nossas expectativas e à literatura actual: as micro-narrativas, as vozes, o exercício constante da memória. O kitsch; o seu apurado kitsch. Esse silêncio que tenta trazer para a escrita, a sua obsessão na procura de uma obra perfeita...
E ainda assim insatisfeito, António?

Porque quero sempre um bocadinho mais. Ir mais longe. Perceber como é que se pode fazer melhor. Eu não quero fazer pior.
(entrevista a luísa jeremias, 2001)
...
(...) mas o problema já não é escrever melhor do que os outros, é escrever melhor do que nós, ir mais fundo, tentar aproximar-me do livro ideal - o que trazemos cá dentro - e isso é difícil.
Já justifiquei a minha vida por ter escrito meia dúzia de livros assim e devia sentir-me satisfeito com isso, mas penso que poderia ter feito mais...
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...
Vamos lá a ver se ainda sou capaz de fazer alguma coisa de jeito.
É um medo. É um medo, João.
...
Mas queria ir mais fundo neste livro (Arquipélago da Insónia). Isso quero sempre, aproximar-me, sabendo que nunca vou chegar.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)

Sabe António, vejo a sua obra como um tratado de Portugal, dos portugueses, da nossa forma de ser, viver e sentir. Penso sempre que se um estrangeiro quiser entender esta gente lusa, deveria pegar nos seus livros. Como outros pegaram em Camões, Eça e Pessoa.
Escreve-nos por dentro, sabe-nos da alma. Conhece-nos os silêncios.
Na última vez que estive fora, na Finlândia, dei por mim a ter enormes saudades de Portugal. (...) Para um homem como eu, meio-brasileiro, meio-alemão, é o país onde quase não venho e onde sempre estou.
(entrevista a baptista-bastos, 1985)
...
(...) penso que não seria capaz de viver sem a língua portuguesa, sem ouvir falar português. A minha escrita está muito enraizada aqui, nestas gentes, neste país.
Percebo muito bem que os emigrantes só pensem em regressar, mesmo que seja para fazer casas de azulejo: há um charme lento neste país que é irresistível.
(entrevista a miguel sousa tavares, 1988)
...
Das pessoas, da língua, da cor do ar. A gente só se lembra disto quando está no estrangeiro. Pensamos que não temos sentimentos patrióticos, mas temos. E são muitos claros no estrangeiro.
(entrevista a luísa jeremias, 2001)
...
Eu tenho muito orgulho do meu país, muito, e cada vez gosto mais do meu país, cada vez gosto mais dos portugueses e cada vez mais sinto que é para os portugueses que eu escrevo. Gosto de Portugal, gosto dos seres da minha terra, gosto do clima, gosto da luz da nossa terra e cada vez mais sinto que é aqui que eu pertenço. Tenho este orgulho! E quando dizem que Portugal é um país pequeno e periférico, fico furioso, porque para mim é grande e chega-me perfeitamente, não preciso de mais terra.

(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...
(...), isto é a minha terra e cada vez estou mais preso a ela.
(uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2009)


São 21 livros publicados. Três livros de crónicas e centenas de crónicas (já sei que não gosta muito delas). É o autor português mais traduzido. O mais premiado. Letras de músicas.
Desde criança que são horas infinitas de escrita e contudo, receia perder a mão.
Mas entre dois livros sinto-me sempre mal: receio não ter ideias ou não conseguir concretizá-los...
(entrevista a luís almeida martins, 1988)
...

(...) medo que tenho de não ser capaz de escrever de novo, um problema que aparece a cada livro que acabo. Será que eu serei capaz de fazer um próximo livro? Ninguém que escreva a sério vai ser capaz de o dizer. Também é uma espécie de negociação com a morte, deixa-me escrever mais um, mais dois, mais três...
( uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2007)
...

(...) porque cada vez mais penso que - às vezes passa-me isto pela cabeça - uma pessoa nasceu com um determinado número de livros e, acabando isso, a sensação é de medo de estar a rapar o fundo do tacho. De não ter mais nada, ou de começar a imitar-me. A fazer uma espécie de paródia de mim mesmo.
( uma longa viagem com ala, de joão céu e silva, 2008)



Somos homens simples que lidam com uma criação superior a nós.
(antónio lobo antunes - Boston, 2008)
Obrigada António, tem sido um enorme prazer.


E o que tem o meu querido parceiro, para me dizer do Saramago?

Crónicas de Graça #1, #2.

29 comentários:

Carlota e a Turmalina disse...

Patti...mas que linda declaração de amor!!!
Bjos

Mike disse...

clap, clap, clap, clap...
(Aplauso com uma vénia, pelo post, seja lá o que isso for).

Agora vou ver o que o Carlos tem para nos dizer sobre Saramago.

salvoconduto disse...

A tua admiração por ALA já é conhecida por quem frequenta com regularidade este teu canto.

Para mim guardo a esperança de vir a ler algum ou alguns desses livros que nunca que terão sido deitados foras, mas que espero que alguém os tenhas escondido do próprio. Se forem dados a conhcer alguns alguns anoa a sua morte, o mais natural, tenho medo de também já cá não estar para os ler. Outro que precisa de ter uma longa vida dedicada à escrita.

Reflexos disse...

São 21 livros publicados. É o autor português mais traduzido. O mais premiado. Centenas de crónicas. Letras de músicas.
Desde criança que são horas infinitas de escrita e contudo receia perder a mão., diz a PAtti...

E eu acrescento: dos pior tratados, dos mais esquecidos ( só se lembram dele qdo recebe prémios no estrangeiro) ...
é um Génio, este homem! É um SENHOR

pedro oliveira disse...

Já sabia que a PresidentA tinha um carinho especial pelo ALA, mas este post é um tributó ao homem e ao escritor que bem merece.
bjs e bom fim de semana

CPrice disse...

Patti, um verdadeiro tratado sobre alguém que me é tão Querido. Parabéns. Muitos Parabéns pela forma como opinas, encadeias e ao fim e ao cabo reverencias :)

Um beijinho e bom fim-de-semana *

Gi disse...

O meu Google Reader fez um grande ALArido quando o abri. Que é isto? Digo eu ALArmada! Mas logo sosseguei. ALApada junto ao pc, ALAvancada a cadeira para melhor se poder ALAmbazar, esta ALAzona, em completa ALAcridade, olha para o ALAmbre que em fotos se perfila.
Percorrendo a ALAmeda de linhas do post teve que ir buscar o ALAmbique, já que ALAgada em lágrimas de comoção estas servir-lhe-ão para mais tarde dar de beber à dor.
Sinto-me ALArgar; sinto-me ALArve.
É tão bom este ALAstramento do nosso ser.
Sinto-me ALAr; sinto-me ALAda; não consigo ficar cALAda.
Onde é que estão os seus caixotes do lixo, ALA?
Os seus leitores e fãs chamar-lhes-iam caixotes de livros ... Caixotes de Alma.

PS: Aposto que este post irá ter uma chamda de atenção em: www.ala.nletras.com

anniehall disse...

Muito obrigado por este "post , seja lá o que isso for".
Falando dos primeiros livros,por eles nós que ficavamos soubemos o que os nossos homens sentiam e só por isso o admiramos.

f@ disse...

Olá Patty,

é imenso... sempre belo
!nfinito

volto logo ler tudo com olhos...
Infinito beijinho

Si disse...

Não me permito comentar sem ler de novo outra vez.
Embeber-me das palavras de um escritor que nunca li (incrível, não é?) e de quem o homenageia.
Ainda bem que hoje é 6ª feira....

Isabel Maria Mota disse...

Que forma tão cativante e simples de mostrar, uma vez mais, a tua admiração e ternura por António Lobo Antunes. Este homem-gigante, que nos une deixa-me tantas vezes sem palavras e é bom ler em ti o que me vai na alma a mim. Obrigada Patti
Muitos beijinhos e um bom fim de semana. Agora tenho mesmo que voltar atrás pois sabe bem reler esta carta tua.
Isabel

paulofski disse...

E nas calmas li.

"Isto parece um namoro..."

Enquanto eu para aqui pensava o que dizer, do que nas calmas li com um enorme prazer, ficou-me a pairar a curiosidade, o que diria ele se te lêsse!

"Eu estava na porta das enfermarias e vi o homem afastar-se com o miúdo morto ao colo, e um dos pés dele saía do lençol. Isto continua dentro de mim. Às vezes penso que escrevo para este pé."

daqui

Violeta disse...

Patti
Excelente post como homenagem a um grande homem, a um grande escritor.
Obrigada!

Si disse...

Cheguei ao fim de novo.
E voltava ao princípio.

'é porque era mesmo aquela palavra que nos visitou e fomos habitados por outra coisa.'

Não me matou a sede de ler.
Tornou-me ainda mais sequiosa.

José Alexandre Ramos disse...

Gostei muito mesmo, tanto que até lhe agradeço este post que fez. E refiro-o no blogue do site ALA, tendo o atrevimento de lhe pescar uma das fotos que acho muito boas - espero que não se incomode...

Muito obrigado.

Patti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patti disse...

J.A.R:
É um prazer. E se clicar nas fotos, aumenta o tamanho e ficam excelentes.
Obrigada eu pela referência no seu blog.

fugidia disse...

Já sabe, patti?
Hoje às 17 horas ele vai estar mesmo aqui ao meu lado :-)

ematejoca disse...

Ontem li este teu artigo sobre o Antunes e o do teu "parceiro" sobre o Saramago. Ambos excelentes.
Comentei longamente aqui e lá, mas ao fazer clique para publicar fiquei sem rede.
Hoje só é a tentativa, se desta vez as minhas palavras ficam.

PS: Só me acontece com blogues, onde o comentário fica guardado.

Justine disse...

No meu entender, esses primeiros livros de ALA tinham uma frescura, uma inocência que depois se foram perdendo. Esses sim, continuam a encantar-me

Tite disse...

Não sei se gosto mais de ler ALA ou a Patti.

Fiquei presa da 1ª à última palavra.
Não voltei atrás porque não houve necessidade.

Estava tudo bem claro. Muito mais do que a literatura de ALA que essa, sim, obriga-nos a andar de trás para a frente e de frente para trás.

Concordo com o amigo dele quando diz que ele é um génio a escrever mas um..."débil mental" a falar. Nessas alturas tento ouvir e... oiço, mas é penoso demais. Talvez mais penoso do que ele a terminar um livro.

Enfim... adorei o teu ensaio sobre ALA e nem outra coisa seria de esperar.

Agora vou ao Saramago (rsrsrs)

Bom fds

Sun Iou Miou disse...

Estou a ler as Cartas de Angola, sempre com ânsia de continuar. Há bocado li a entrevista que lhe fizeram no JL. É impressionante o ALA, o escritor e a pessoa. Deve ser esse afã por escrever o que ainda não foi escrito, nem sei, mas eu adoro e quando leio, nem que não seja portuguesa, parece que fala para mim. Que magia canalha irrepetível surge dessas leituras!

Bacouca disse...

Patti,
Com essas citacões de entrevistas ficamos a conhecer ainda melhor o ALA, homem insatisfeito, inseguro e portanto tentando atinguir sempre mais e melhor, que na verdade consegue.
Homenagem original e muito bem escolhida a este grande escritor.
Beijo

mariam [Maria Martins] disse...

Patti,

Que belíssima homenagem ao escritor e ao Homem! Nas palavras e nas imagens.

estou aqui há largos minutos, lendo-te ... muito bom! Para quando um livro teu?

um abraço e um sorriso enorme :)
mariam

Anónimo disse...

Partilho também da sua admiração por ALA. devorei os seus livros com sofreguidão, torci para que ele ganhasse o Nobel, mas não estarei a desvendar nenhum segredo, se disser que hoje em dia reconheço a justeza da atribuição do prémio a Saramago.
A escrita de ALA tornou-se de tal modo hermética, que hoje tenho dificuldade em ler os seus livros. As palavras perderam, em grande parte, a carga emocional dos tempos do “Fado Alexandrino”, dos “ Cús de Judas”, “Memória de Elefante” ou “Auto dos Danados”. Dá-me a sensação que ALA escreve para o Nobel e deixou de escrever para os leitores. A excepção são as fabulosas crónicas quinzenais da “Visão”, momentos mágicos de escrita que hão-de figurar em qualquer compêndio sobre este género literário.

Laura Ferreira disse...

Ufa!!!...
Fantástico...

Filoxera disse...

Li em dois fôlegos, pois no primeiro não estava com condições para saborear esta quase entrevista, boa pesquisa e melhor transposição se sensações.
Parabéns, mais uma vez. Começo a tornar-me repetitiva, mas acho que a vida tem de ser usufruida em pleno e, quando alguém está de parabéns, deve ouvi-lo, assim como devemos dizer a quem gostamos que o/a apreciamos.
Um beijo.

Andreia Vidal disse...

Gosto muito dele, do antes, do agora do que virá! gosto dele simplesmente!

Marta disse...

patti,
mil parabéns por este post!

subscrevo.tudinho.