O Descanso
O primeiro sinal que me diz que estou a precisar dele, do dito descanso, é quando fico sem vontade nenhuma de entrar na cozinha e pôr-me ao fogão. Não me apetece fazer nem o almoço, nem o jantar, nem doces, nem nada. Logo eu, que adoro cozinhar. Está o caldo entornado, é o descanso que já tarda.
Depois vêm os outros sintomas: nas minhas muitas voltas diárias, às vezes fico parada a pensar onde é que ia, coloco um pacote de leite vazio dentro do frigorífico, olho para o elevador e por telepatia ordeno-lhe que desça e, por fim, tento abrir a porta de casa com o comando do carro.
Férias. Estou a precisar de férias. Daquelas longas, com três semanas seguidas no mínimo, onde abundam esplanadas com música calma de fundo, espreguiçadeiras, sombras e brisas, sol da manhã, nada de horários, muita leitura e i-pod e não fazer simplesmente nada. Nada de nada. Só olhar os que passam, sem nenhuma coisa em que pensar.
É o sossego, pouca gente, silêncio e acalmia o que se quer. Não à barafunda, aos magotes de veraneantes, filas e excitações solares.
Isto na primeira semana, porque nas seguintes já se me arrebita a vontade dos passeios, de ir saber de outras praias, outras terras, gentes e comeres. Digo eu, que muita lazeira pegada também farta. Essa fica para aqueles fins-de-semana grandes, que se pegam a uma sexta ou a uma segunda, em que só apetece o papo para o ar, arrastar o corpo calão até à beira da piscina, e ficar por ali alapada ao sol e ver a relva a crescer.
Nas férias grandes, basta-me então a primeira semana de preguiça. Era mais a cabeça, do que o corpo, que me pedia paz e quietação. Precisava que eu arquivasse ficheiros antigos, que ordenasse outros e que colocasse na lista de prioridades aqueles mais esquecidos.
Feito isto, vem ele pedir-me actividade. Entenda-se: movimento, pequenas jornadas, expedições, encontros, passeios e cruzadas gastronómicas. Corridas na areia, raquetes de madeira, sair do sol lá pelas oito, puxar-lhe os raios até às nove, entardecer no bar da praia com música ao vivo e caipirar ou sangrar em branco muito fresco, chinelar pelo deck e arrastar saias compridas por cima de biquínis molhados.
É que a cabeça não sabe, mas quando o corpo se anima é ela que descansa.
E com o meu querido parceiro, como vai isso de repouso?
Depois vêm os outros sintomas: nas minhas muitas voltas diárias, às vezes fico parada a pensar onde é que ia, coloco um pacote de leite vazio dentro do frigorífico, olho para o elevador e por telepatia ordeno-lhe que desça e, por fim, tento abrir a porta de casa com o comando do carro.
Férias. Estou a precisar de férias. Daquelas longas, com três semanas seguidas no mínimo, onde abundam esplanadas com música calma de fundo, espreguiçadeiras, sombras e brisas, sol da manhã, nada de horários, muita leitura e i-pod e não fazer simplesmente nada. Nada de nada. Só olhar os que passam, sem nenhuma coisa em que pensar.
É o sossego, pouca gente, silêncio e acalmia o que se quer. Não à barafunda, aos magotes de veraneantes, filas e excitações solares.
Isto na primeira semana, porque nas seguintes já se me arrebita a vontade dos passeios, de ir saber de outras praias, outras terras, gentes e comeres. Digo eu, que muita lazeira pegada também farta. Essa fica para aqueles fins-de-semana grandes, que se pegam a uma sexta ou a uma segunda, em que só apetece o papo para o ar, arrastar o corpo calão até à beira da piscina, e ficar por ali alapada ao sol e ver a relva a crescer.
Nas férias grandes, basta-me então a primeira semana de preguiça. Era mais a cabeça, do que o corpo, que me pedia paz e quietação. Precisava que eu arquivasse ficheiros antigos, que ordenasse outros e que colocasse na lista de prioridades aqueles mais esquecidos.
Feito isto, vem ele pedir-me actividade. Entenda-se: movimento, pequenas jornadas, expedições, encontros, passeios e cruzadas gastronómicas. Corridas na areia, raquetes de madeira, sair do sol lá pelas oito, puxar-lhe os raios até às nove, entardecer no bar da praia com música ao vivo e caipirar ou sangrar em branco muito fresco, chinelar pelo deck e arrastar saias compridas por cima de biquínis molhados.
É que a cabeça não sabe, mas quando o corpo se anima é ela que descansa.
E com o meu querido parceiro, como vai isso de repouso?
18 comentários:
Às vezes, parece que estou a enlouquecer, mas não. Tem toda a razão, é mesmo o corpo a pedir descanso.
Ora nem mais!
É isso mesmo, com todas as letras!
E o bem que sabe, quando a gente já nem se lembrava de o fazer??
(E pronto, já não digo mais nada, que vir aqui comentar já me deu uma canseeeeira terrível e ainda tenho de ter forças para ir ali ao lado espreitar o parceiro...)
:D
Acabo de chegar do Rochedo e pelos vistos as mini-férias cansaram-no um pouco! :-))
Eu agora posso calaçar todos os dias, chinelar a qualquer hora, acordar sem despertador, beber o que me apetece mas com moderação que o fígado não é de ferro, enfim...sou daquelas que vive à custa do Orçamento! :-))
Abraço
Não queres ir para a cozinha???? Então como é que dás seguimento ao ditado: "Sopas e descanso"?!!!!
Está quase, minha Loira, a mim ainda me falta tanto descanso para ir trabalhar nas férias. Ehehehe!
PS.: Espero que este comentário, finalmente, entre ... é que já estou cansada de dar ao dedo.
Agora percebo a razão de nos últimos tempos detestar mexer em tachos... é mesmo cansaço.
Tirando o pormenor das saias compridas e dos bikinis ( que ainda não uso) as minhas férias de praia também são ( quase) assim. Praia pela manhã e ao fim da tarde, quase até o sol se pôr, mas tem de ser em movimento, porque essa coisa das espreguiçadeiras só serve para me secar depois de sair da água.
Também sou fã e já dizia a minha avó Maria "raio do rapaz que parece ter nascido cansado..."
Essa de meter o pacote de leite vazio na geladeira já conhecida por cá. É o primeiro alarme. É sim senhora! Mas para quem já vive perto do mar as férias que se quer são no campo. Com muuitos passarinhos a cantar pela manhã e um ar tão puro que até dê um susto nos pulmões. hehehe
Enquanto esperas vai indo ver os novos biquinis da temporada para "chinelares" na piscina com longos vestidos.
A ajuizar pelo primeiro parágrafo preciso de descanso 365 dias no ano...
Patti, o direito a férias não surgiu por um capricho sindical. As férias – ou o descanso – são uma necessidade comprovadamente fisiológica, cuja falta tem repercussões palpáveis nos níveis de actividade física e de concentração mental ou, em duas palavras, no rendimento do trabalho. Neste mundo, infelizmente, ninguém faz concessões de que não possa tirar vantagens… :-S
Cara Sodona Patti vim lhe dizer que acabo de deixar a carteira de dinheiro ( que para a senhora cham-se porta-moedas) dentro do armário da cozinha. Exatamente em cima do pote de vidro onde guardo café. Acha que ainda há salvação?
Com meus respeitos, Sodona Pitanga
Depois de ler a tua crónica, só apetece é partir para aquele lugar ali em cima, com vista ao longe...ou outro qualquer, desde que se veja o mar!
Abraços
Olá Patti,
Nem quero tirar as tuas palavras…
mas é isso mesmo…
até pensei que ias dizer 3 meses em vez de 3 semanas…
...basta uma semana x2…lol
X 2 a semana e o sol…(pois o sol)
…
Depois, areia água e as emoções que só temos quando temos + tempo… se bem que para emoções há sempre a paragem obrigatória as viagens dos olhos e dos sentidos pelas ruas estreitas tal é o !nfinito…
Vai então e aproveita…
Mil beijinhos
Ah, a cabeça... saberá ela alguma coisa? é bom que o corpo lhe ensine algo.
Já te estou a imaginar nesta "azáfama" de férias!
Praia das 8 às 11, das 16 até os putos quiserem.nos entretantos, uma bela de uma sesta.Faltam ,ainda,3 semanas....
Patti,
É ou era exactamente o que eu aproveitava fazer nas férias. Agora "sou" obrigada a escolher outras opções mas devo confessar que o que ainda não consegui arranjar substituto foi a liberdade de entrar sózinha pelo mar adentro. Mas quem sabe se não haverá uma maneira? É preciso vontade e imaginação!
Um beijo
Tirei uns dias de férias e foi ótimo.Porque aconteceu comigo também de entrar no elevador, a porta se fechar e eu ficar esperando que ele descesse sem apertar o botão.
E só percebi quando o porta novamente se abriu e entrou um senhor.Eu, sem graça, tentei explicar o que havia acontecido e parece que me enrolava mais ainda.
O solícito senhor me deu uma aula sobre como apertar o botão do elevador. Explicou calmamente que deveria acender uma luz verde em torno do número sinalizando que o botão estava apertado. Ai que vergonha....
Li o teu comentário no blogue do Carlos.
Também te tenho muitas saudades, Patti-
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